quinta-feira, 23 de junho de 2011

Obrigatório ler!

Braga no seu melhor (mesmo)

"Ainda há gente interessante"

A Direcção de um Agrupamento de Escolas de Braga recebeu um email proveniente de um dos seus Jardins de Infância com o seguinte texto:

“Boa tarde, Sr. Director,
Gostaria de lhe dar a conhecer um gesto altruísta da Assistente operacional D. Deolinda da EB 2,3, que esteve a substituir a funcionária doente, quando esta esteve de atestado médico.
Ela soube que um menino do JI de Gualtar não ia fazer praia pela componente de apoio à família, por motivo de a família não ter dinheiro para suportar a despesa. A sua família tem carências várias, desestruturada, pais separados e a criança tem necessidades educativas especiais, com ausência de linguagem. Então, a D. Deolinda teve a iniciativa de pedir um patrocínio num restaurante que não sei o nome, da sua zona residencial, penso eu.
O restaurante pagou em cheque 90 euros, trazido pela D. Deolinda, o qual já foi entregue na Junta de Freguesia para pagamento da referida despesa.
As docentes do JI ficaram extremamente sensibilizadas com a solidariedade e altruísmo aqui demonstrados pela D. Deolinda e o referido restaurante do seu conhecimento.
Bem hajam!”

Perante este fato, a Direcção da mesma forma sensibilizada, decidiu encaminhar o e-mail a toda a comunidade escolar, a fim de que toda a gente soubesse do acto generoso desta colega.
Claro que muitos saudaram a atitude da colega e expressaram-lhe pessoalmente e seu agrado e apoio.
O caso foi comentado em todos os espaços escolares com rasgados elogios à funcionária, salientando a sua postura e o seu grande coração, considerando o acto como uma atitude singular na sociedade egoísta e materialista em que vivemos.
Só que uma escola é um pequeno mundo, onde todos sabem de todos e, na natural coscuvilhice, no bom sentido, as colegas descobriram que a história estava mal contada.
Afinal o restaurante só havia dado 50 euros dos 90 necessários para a criança frequentar a praia. Foi a D. Deolinda que, dos seus parcos recursos, e sem fazer alarde, deu os 40 restantes.
Ao saberem disto, imediatamente se gerou um movimento espontâneo e solidário entre funcionários e professores no sentido de se cotizarem e devolverem à D. Deolinda o dinheiro que havia dispendido.
Afinal, a solidariedade não é um acto isolado e neste mundo global ainda há gente interessante. Ainda existem teresas, sidónias, fátimas, conceições, anas, zé manéis, goretis, amélias, evas, elisas, eugénias, marianas, paulas e tantos outros, que olham o seu semelhante e se preocupam com o seu vizinho. Bem hajam.

O Adjunto da Direção do AEG,
João Manuel Tinoco"

in Diário do Minho, 23 de Junho de 2011
Retirado do Blogue do Dr. Ricardo Rio.

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