sábado, 20 de agosto de 2011

Juventude

Braga, conhecida como a cidade mais jovem de Portugal e uma das mais jovens da Europa, uma das condições que lhe valeu o título e a organização da Capital Europeia da Juventude para 2012.

A construção desenfreada de prédios e loteamentos para habitação, sem o objectivo de oferecer verdadeira qualidade de vida à população mas com o resultado final de betão armado em cima de betão, novas zonas da cidade completamente feias, sem qualidade, monótonas e sem um plano de interligação das novas urbanizações entre si e o resto do burgo levaram a que o preço habitacional da cidade fosse inferior à média do resto do país. Este motivo económico associado à Universidade do Minho que apareceu activa há 35 anos levou a que os estudantes que para cá vieram morar devido aos estudos se fixassem pois encontravam aqui maior facilidade em comprar casa, arranjar emprego e até iniciar o seu próprio negócio.

Admito que esta política deu frutos, a cidade cresceu a olhos vistos, gerou-se riqueza e dinamismo empresarial interessante para a época. Agora os momentos são outros. Os problemas que afligem a nossa geração e as que se seguirão são bem conhecidos de todos os quadrantes da sociedade. A preocupante situação económica que todo o mundo atravessa, lança a dúvida sobre o futuro de milhões de pessoas, sendo a juventude um dos grupos mais afectados pela instabilidade que se vai apoderando do dia-a-dia. A nível local o panorama não é melhor. Como é sabido, em tempos de crise, sobretudo quando o planeamento é deficitário e quando a vontade é diminuta, as políticas de juventude são das primeiras a sofrer. Em Braga é isso mesmo que se verifica. Aos problemas gravíssimos que a juventude enfrenta, de que é bem exemplo a alarmante taxa de desemprego jovem, consistentemente acima dos 18%, junta-se a inexistência de uma ideia de futuro, não se vislumbra um lampejo de novidade. Ou bem que se repetem modelos e iniciativas desadequadas e anacrónicas, ou então nada feito.

Neste momento fórmulas antigas já não resultam, é preciso mais, os jovens merecem mais do que um título de Capital só para encher páginas de jornais com eventos propagandistas. Não compreendo como é possível ignorar o incentivo a programas locais de incentivo ao emprego e à criação de empresas através, por exemplo, do recurso à discriminação fiscal positiva dos jovens empreendedores. O que pode justificar que a reanimação do centro histórico e a aposta decidida no arrendamento jovem sejam injustificadamente adiadas? Para quando um Parque Tecnológico onde os empreendedores saídos da UM possam instalar as suas empresas a baixo custo e gerar emprego em vez de irem para o Ave Parque, que sendo no concelho de Guimarães as contribuições públicas (impostos, iva...) não contam como sendo de Braga e assim não contribuem para o orçamento anual da autarquia.

É preciso olhar para o futuro, são precisas medidas concretas e não apenas o apelido de capital da juventude, os jovens não vão viver disso. Esta cidade está repleta de jovens com inteligência, cultura, activos, dinâmicos e com vontade de viver esta cidade, como demonstramos nas comemorações do dia internacional da juventude há uma semana atrás:








segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Mudança


Após pensar muito sobre isto, decidi que neste blogue deixarei de relatar episódios da minha vida pessoal, não é que o deixe de fazer em algumas excepções ou que até esteja subentendida noutros devaneios, mas deixará de ser certamente, o enfoque principal.

Assim sendo, passarei a optar preferencialmente por outro tipo de postura enquanto "Bandido" e noutro tipo de conteúdos, como reflexões pessoais acerca de diversas temáticas da vida, um olhar atento sobre a actualidade local, nacional e internacional, quem sabe algumas brincadeiras e até alguns pensamentos mais estapafúrdios. Teria mais interesse para o leitor a fórmula antiga? Provavelmente sim. Mas o que me importa é estar bem comigo mesmo e gostar do que faço, ter mais ou menos interesse, perder aqueles leitores que cá vinham para saber a minha vida, ter mais ou menos leitores, isso a mim não me provoca qualquer interesse pois não ganho nenhum dinheiro com isto, faço o que gosto e gosto do que faço, é o lema.

Até aqui tinha uma listinha de regras que definia alguns padrões da minha escrita e até do conteúdo da própria página, como por exemplo nunca me dirigir a ninguém nos textos na 2ª pessoa do singular, evitar ao máximo dirigir-me aos leitores, mas sim ao "Diário", etc... A partir de agora não existirão regras, passando a ser um blogue muito mais versátil, moldável e diversificado com o intuito de colmatar alguma perda de interesse. Resumindo, deixarei de tratar isto como um diário mas sim como um espaço onde irei falar o que me apetece, sem regras, sem obrigações nem compromissos.

Com esta modificação pensei se não seria mais interessante suspender "O Bandido" e iniciar um novo projecto numa nova página, mas o Bandido já é uma marca, agora é uma questão de nos habituarmos a este novo Bandido...


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ilustres

Já que este bandido gosta de história, cá vai esta pérola que encontrei no farricoco acerca de... bandidos!
Agora percebi que ainda me falta muito, um dia talvez consiga ser como eles :D
(clicar na imagem para ampliar)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Inderrubáveis

Na terça fui pela primeira vez a Santo Tirso. Até aqui, dessa terra só conhecia de passagem as bermas da A3 e sem sair do carro até porque nem se o pode fazer. Parece banal, mas para mim era um dia muito especial. Deitei-me a pensar nisto e acordei com uma ansiedade que tinha aumentado exponencialmente durante a noite.

O coração palpitava pela emoção de um dia diferente, à descoberta de novos locais, novas pessoas, novas emoções. A saudade apertava (e ainda aperta) bastante e eu só queria que chegasse a hora de sair de casa, principalmente o momento de chegar ao seu castelo. Uma pequena vista de olhos no GoogleMaps foi o suficiente para eu decorar o caminho até ao número daquela porta, até àquela rua daquela freguesia que fica mais perto de Guimarães do que da sede do seu concelho. Duvidavam que eu conseguisse lá chegar sem me perder, mas o que é certo é que fui lá ter logo à primeira e sem pedir indicações a ninguém, apenas andei um pouco às voltinhas na cidade de Vizela, mas porque se lembraram de mudar o sentido de trânsito nalgumas ruas e essa alteração, por ser recente, ainda não consta no GM.

Custou-me muito fazer o caminho para lá das Taipas, a partir daí só me apetecia acelerar ao máximo, pois o cheiro a estrume típico da aldeia espanhola dentro de Portugal causava-me náuseas, e sabia que não adiantava fechar o vidro pois é o único lugar do planeta onde o mau odor se consegue propagar por superfícies sólidas, não sei como, mas consegue! Acabado de entrar na circular da aldeola ( se é que se pode chamar circular àquilo, primeiro porque está muito mal feita, depois porque as vias são apertadíssimas, e a finalizar aquilo não chega a completar um círculo sequer) começa a tocar na Antena3 uma música que amo, In the End dos bracarenses Utter e não consegui deixar de me emocionar sabendo que afinal o post em que eu me descrevi como sendo o urso do videoclip não era tão verdadeiro, a felicidade invadiu a minha alma e estava quase a chegar o momento que mais ansiava desde há quatro dias.

Daí para a frente como não conhecia o caminho, foi tempo de andar devagarinho, estar bem atento à estrada, às placas que iam aparecendo e de ligar o GPS da minha cabeça, normalmente não costuma falhar. Perdi-me um pouco em Vizela como já expliquei em cima mas consegui rapidamente encontrar a VIM e sair na sua primeira saída que dava acesso à freguesia que pretendia. Por entre ruas e ruelas consegui ir ter direitinho à que pretendia, tinha finalmente chegado e a partir do momento em que vejo a coisinha mais linda e que faz brilhar os meus olhos foi como se de repente entrasse noutro mundo, o nosso mundo, onde somos só nós, nada mais existe ou importa, tudo é perfeito, como sempre.

Como eu ali não conhecia nada, ela é que mandava. Levou-me a conhecer lugares lindíssimos que eu não fazia ideia existir, e fomos, por estradas desconhecidas, ter a outros que já conhecíamos. Depois da tarde "à conquista do mundo" fui conhecer a simpática família, um pouco envergonhado como é normal, mas tranquilo e confiante numa boa apresentação. Como já não era cedo, regressei pela auto-estrada, o sorriso estampado no meu rosto tinha ganho contornos mais exuberantes, assim como a certeza de que estamos a construir um castelo de base sólidas, onde um dia mais tarde iremos viver, inderrubáveis.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

À espera

Retirado do blog do NEMEC porque me identifico na perfeição com este devaneio, aqui: http://nemecrui.blogspot.com/2011/08/espera-do-recomeco.html
À espera do recomeço








"Sinto no peito algo que não defino.
Não por não querer, mas por não ser capaz,
Por não me sentir suficientemente audaz
E quando tento explicar sai algo sem tino.
Sinto bolas, sinto golos, sinto abraços,
Explosões de alegria que me seguem os passos.
Tenho sonhos, tenho ilusões,
Tenho a crença que ainda seremos campeões
Se para baixo não nos empurrarem
Os senhores que no futebol mandam,
Para se satisfazerem e se vangloriarem,
Mas que ao longe a vigaristas tresandam.
Temos de lutar contra esta espécie,
Unidos e com as nossas armas prontas,
Deixar de lados as batalhas tontas
Entre aqueles que a nós pertencem
E que apenas de algum fervor carecem.
Se somos família dentro da muralha
É contra os de fora nossa batalha.
Contra quem nos destrói o sonho
E esses sei que não são Braguistas,
Por esses ponho as mãos no fogo
Pela certeza de serem bairristas.
Para a nova época estamos prontos
Derrotaremos quem nos acha tontos,
Até não poder-mos mais, iremos marchar!
Quem comigo se vai alistar?"
Daqui: http://nemecrui.blogspot.com/2011/08/espera-do-recomeco.html