terça-feira, 31 de maio de 2011

Quero-te

O meu olhar precisa de satisfazer o desejo de te ver, já sinto a falta de ter de planear o meu dia para poder estar contigo, a minha garganta quer voltar a cantar para ti e as minhas pernas precisam de saltar ou tremer a cada emoção que lhes davas, os meu ouvidos têm saudades de ouvir as nossas músicas em conjunto, o meu coração bate por ti mas quer-te perto e o meu nariz pede aquele aroma característico de sempre que estávamos juntos. A única coisa que me sacia é que as mãos ainda vão podendo tocar nos teus objectos.

Não sou o mesmo sem ti, mas eu já sabia que iria sentir tanto a tua falta. Deste-me alegrias, tristezas e já chorei muito por ti, chorei como nunca imaginaria ser possível chorar por algo. Sinto falta daquela ansiedade que me invadia momentos antes de estar contigo, sinto falta dos arrepios que me causavas, sinto falta do ponto de união de várias almas que eras. Aquela adrenalina de ser hora de ir ter contigo, a paixão ardente vinda da certeza de uma amor infinito e inseparável. As loucuras feitas por ti e as demonstrações de carinho que eu com todo o gosto fazia. A vontade de escrever para ti! Sinto falta de tudo!

Hoje preciso de ti mais que nunca, mas não te tenho. Preciso de voltar a estar contigo, eras o meu porto de abrigo, a minha salvação das amarguras da vida, aquilo a que eu mais me amarrava para ficar alegre nem que fosse por 90 minutos.

Só te quero de volta meu Braga! <3

PS. Enganei-vos a todos, não?? :D  Mas vá, também se aplica, infelizmente...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Avé Bracarae Avgvste!

Ontem à noite, embora um pouco cansados da longa caminhada que fizemos de manhã, fomos reviver Bracarae Avgste, sim escrevi bem, dizemos Bracara Avgvsta erradamente, porque as gravuras mais antigas encontradas referem-se à nossa cidade como Bracarae Avgvste, foi este o primeiro nome, o outro surge posteriormente mas que foi o que pegou entre nós para nos referirmos à nossa antiga cidade, talvez por ser mais fácil e simples de dizer e decorar.

Muita gente e animação como já nos tem habituado a Braga Romana ao longo destes últimos anos, gostei porque aquilo estava cheio de gente e muito animado, mas não gostei porque com tanta gente não se conseguia ver/experimentar em condições. Então sentei-me na esplanada do Viana com os amigos para fazer tempo a ver se aquilo esvaziava, mas não adiantou de nada, só a partir da meia noite e tal é que já se tinha mais espaço, mas a partir daí muitas barracas também começam a fechar. Tudo isto só para dizer que, com a dimensão internacional que o evento adquiriu, eles têm que pensar seriamente em aumentar a feira, se não der para aumentar em número de barracas e pontos de actividades, ao menos que as ponham mais dispersas para assim o pessoal também dispersar mais e andar mais à vontade. Mais um dia de feira também não ficava nada mal. Quero chamar a atenção para outro aspecto interessante: se este evento ocorresse em Lisboa ou no Porto, teria direito a programa especial na tv o dia todo e etc, mas como como é aqui em Braga e somos a cidade mais antiga de Portugal (ainda nem portugal existia e já éramos a capital do noroeste peninsular), a única cidade românica e por isso só somos considerados a Roma portuguesa, não tivemos direito a reportagem no telejornal sequer, centralismo no seu melhor! Também decorreu a iniciativa "Compras fora d'horas" desenvolvida e promovida pela associação comercial de Braga, em que muitas lojas do nosso centro histórico ficaram abertas nesta dia até à meia noite e com descontos especiais! Voltando à noite, gostei, estar com os amigos é sempre bom, depois no bar da torre estivemos a curtir o som enquanto víamos e nos ríamos do diferente tipo de "gado", um era digital, outro não.xb

Hoje de tarde fomos para Barcelos ver o nosso clube amigo, Gil Vicente a ser campeão e a garantir o regresso ao principal escalão do futebol nacional. Foi um bom jogo, ambiente fantástico, bonita festa do futebol, estádio completamente cheio (foi a primeira vez que entrei nele, está muito bem feito, simples, bonito, e à medida sem excesso de lotação) e muita gente de Braga presente, já ouvi dizer que apareceu uma pessoa com a camisola do Braga na televisão, o que só demonstra o quanto estas gentes se dão bem, ao contrário dos nossos vizinhos de baixo no mapa de Portugal, os "bitorinos", que não se dão bem com ninguém e também ninguém gosta deles - porque será? Três equipas do Minho na primeira liga é sempre de louvar, mostrar a competitividade desta região aos do sul que nos estão sempre a roubar!
Estive especialmente atento aos reforços do Braga, Zé Luis está verdinho (20 anos) mas tem ali muito potencial, por mim emprestava-o. O Galo parece-me um bom concorrente para o Miguel Garcia (se ficar), vamos ter ali um luta interessante.

Parabéns Gil!!! Viva o Minho Carago! Avé Bracare Avgvste!

domingo, 29 de maio de 2011

Caminhada

Na sexta à noite, sem nada fazer prever, fui jogar futebol com uns amigos. A vontade não era muita, foi tudo muito de repente, tinha acabado de jantar e não tinha nada preparado, toca a despachar e a ir para o pavilhão jogar a futebolada. A minha condição física está péssima devido ao facto de ter deixado de jogar andebol e a partir daí basicamente deixei de praticar desporto, mas tenho para mim que a partir de agora vai melhorar - apesar de aos 10 minutos de jogo à frente já estar todo "roto" como se costuma dizer na gíria desportiva, soube-me bem aquele jogo, e pensei para mim que vou começar a praticar desporto, nada melhor para uma pessoa se distrair e libertar a tensão acumulada, dois anos depois, de volta aos velhos tempos!

Mas até aqui tudo normal. O que não é normal é eu ter ido jogar futebol na noite precedente à caminhada até ao Sameiro que eu tinha programada com os amigos do coração para Sábado de manhãzinha.

O ponto de encontro para a maioria do pessoal era na estação às 9:15h, foi aí que a maioria do pessoal, cada um vindo de outros pontos do concelho se encontrou. A primeira paragem obrigatória foi na Sé de Braga, albergando propositadamente o equipamento do meu clube no meu corpo não podia deixar de ir agradecer e dedicar esta caminhada na igreja onde está a santa que embeleza aquele emblema por esta fantástica época que nos proporcionou, por ter representado as suas gente e mostrado a sua imagem ao mundo inteiro. Acendi 4 velas de meter moedinha, uma por cada competição em que esteve envolvido, não sou ingrato, eu que tanto lhe pedi e agradeci ao longo da época.

Fomos caminhando calmamente, conversas, brincadeiras, música e boa disposição não falavam. Cerca de uma hora e meia depois, já no início dos escadórios do Bom Jesus sentamo-nos um pouco à sombra para descansar e abastecer, aproveitamos também para tirar as primeiras fotos de grupo. À medida que ia subindo os escadórios um pensamento vinha apoderando-se de mim, já estava a contar, é inevitável, é um sitio que me diz muito! Chegámos ao Bom Jesus e era hora de desfrutar do local que ainda não é património da UNESCO, mas a sua imitação no Brasil já o é! Antes não podia deixar de ir à igreja também, ajoelho-me e pego numa camisola laranja e amarela que trazia na mochila, encosto-a à minha cara enquanto rezava e falava com o senhor, incrível como ainda consigo detectar o seu cheirinho nela, tão bom, tanta saudade. Acendo mais 4 velas de moedinha, uma por mim, outra por ela, e as outras duas pelas duas pessoas que ela nunca irá deixar de amar - mais uma vez, não sou ingrato, nunca irei esquecer quem me acolheu como um filho. Porém, prometi a mim mesmo que foi a ultima vez que as acendi por ela, já o tinha feito há um mês na mesma caminhada que fiz sozinho e não houve nenhuma evolução positiva. Por ela, agora só para agradecer se acontecer a hecatombe que eu queria que ocorresse nesta história, mas não me parece que tal se suceda...

Como uma amiga tinha de ir embora cedo, acabamos por fazer o piquenique nas mesas do Bom Jesus lá para cima, junto ao lago. Que bem que me soube estar a almoçar com aquelas pessoas naquela sombrinha, partilhando a comida que cada um trouxe, partilhando as conversas, partilhando os sentimentos, partilhando a brincadeira, partilhando a união, partilhando a amizade - a amizade é isto. Daí e já sem a nossa amiga mais velha, partimos para o ultimo local da caminhada, calmamente (até porque a barriga pesava) por entre sombras frescas e montes ainda deu para irmos cantando algumas músicas do Mágico Braga, que saudades já! Chegámos então ao Sameiro, apreciamos a imponente paisagem sob a nossa cidade, tiramos fotos de grupo com o sentimento de conquista e fomos ao Santuário: Aí rezei pela minha tia favorita que neste momento está a lutar para sobreviver ao cancro da mama, rezei pela minha mãe que está prestes a ir novamente a uma operação na mão direita e pelo meu pai sem motivo em especial, mas ele merece.

Fomos comer um geladinho para um sombra enquanto descansávamos, conversávamos, tirávamos as ultimas fotos e esperávamos pelo autocarro que nos trouxe de volta ao calor da cidade, só não deu tempo para jogar às cartas. Três paragens, três igrejas que me dizem muito e aos meus ente queridos, em nenhuma delas pedi ou rezei por mim, apenas pelos outros, já disse que isto tinha de mudar, mas eu sou assim, penso mais nos outros e no seu bem estar que até me esqueço que existo. Se calhar, é por ser assim que tudo me acontece.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Porquê?

Ontem ocorreu-se uma coisa que nunca me tinha acontecido. Teste Intermédio de manhã a Matemática e eu adormeci, ou melhor, não acordei, mal era se não adormecesse todos os dias.

Fiquei lixado comigo mesmo, apetecia-me partir tudo o que visse à frente. Já mais calmo e enquanto tomava o pequeno almoço pus-me a pensar: tenho a minha vida feita num molho, estou todo rebentado, não tenho vontade de comer, não consigo nem tenho cabeça para estudar e o que estudei não me valeu de nada porque não fui ao teste, teste esse que por ser intermédio (as correcções aparecem logo no gave) não dá para fazer noutra altura! Só me perguntava, tal como perguntava o senhor que melhor representa o nosso país lá fora, PORQUÊ? Só que este foi um "porquê" em português em vez de espanhol, mas com o mesmo significado interrogatório.

Porque é que tudo o que é mau vem ter comigo? Porque é que quando as coisas más vêm ter comigo é tudo ao mesmo tempo? Porque é que os outros têm direito a estar bem e eu não? Porque estou a hipotecar a minha vida inconscientemente? Porque não me consigo libertar dos pensamentos de quem não merece? Porque é que com isto me estou a prejudicar profundamente? Porque é que eu não queria que isto tudo me prejudicasse mas não consigo evita-lo? Mas mais importante de tudo, porque é que eu não queria estar a fazer estas perguntas mas as estou a fazer? Esta última tem resposta directa.

À noite, e porque me tento refugiar naquilo que gosto e na cultura, fui às "Conversas no Tanque" da Velha, o tema era mobilidade urbana, com maior enfoque para a bicicleta como complemento da intermodalidade que é possível praticar entre diferentes meios de transporte urbanos. Desta vez, porque a temperatura e o som dos grilos convidava até se realizou cá fora e como não poderia deixar de ser lá fui eu, ouvi, aprendi e participei com as minhas opiniões, ideias e conhecimento do tema. Não dá para passar a escola e universidade à frente? Quero trabalhar nisto!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Anónimo

Não é que eu hoje abro o meu mui estiamdo blogue e deparo-me com esta pérola de comentário no post "Recordar"??

Anónimo disse...
AHAHAH Es mesmo fraco! Já eras!
 25 de Maio de 2011 23:56


Já estava a estranhar porque ainda não tinham aparecido por aqui os inimigos de estimação. Eu gosto de ter inimigos, é sinal que somos importantes! Finalmente apareceu aqui um bichinho raivoso, só que em anónimo, é pena, de facto dar a cara não é para todos, quem tem algo a esconder ou receio é que se esconde por detrás de um computador lançando farpinhas anonimamente, é de grande carácter sem dúvida, assim é fácil meus caros.

Devo agradecer por se ter dado ao trabalho de carregar no CapsLock para escrever o rizinho de gozo e as maiúsculas no início de cada frase e ter usado a pontuação correcta para dar ênfase à sua convicção, demonstra que se preocupou pelo menos em dar um certo brio ao seu comentário.

De certo, é uma daquelas pessoas que neste momento está feliz da vida e se anda a rir à minha custa, mas desejo a esse(a) sujeito(a) anónimo(a) que nunca seja preciso rirem-se à sua custa, que nunca lhe aconteça nada disto, a minha integridade moral não me leva a desejar ou a querer o mal dos outros, quanto mais a goza-los! Quando estamos bem, sentimos-nos os senhores do mundo! - Mas eu não sou assim.

É caso para dizer,tal como diz a música, "Just because you feel good, doesn't make you right (oh no)"

Por último quero também agradecer pelo facto de me ter relembrado dessa minha situação actual, é sempre bom saber, mas eu não precisava, lembro-me sempre todos os dias a cada minuto, a cada segundo...

Fica com a taça, ou devo dizer bicicleta?  ; )

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Apenas

Hoje não estou com cabeça para grandes escrituras, por isso fiquei-me apenas por criar o passatempo e por partilhar esta música que alguém ao ler o meu post de ontem reparou que está relacionada com ele e decidiu relembrar-ma. Antiguinha, mas muito boa!


I hope you're feeling happy now
I see you feel no pain at all it seems
I wonder what you're doin' now
I wonder if you think of me at all
Do you still play the same moves now
or are those special moods
for someone else
I hope you're feeling happy now

Just because you feel good
doesn't make you right (oh no)
Just because you feel good
still want you here tonight (want you)

Does laughter still discover you
I see through all those smiles
that look so right
Do you still have the
same friends now
to smoke away your
problems and your life
Oh how do you remember me
the one that made
you laugh until you cried
I hope you're feeling
happy now

terça-feira, 24 de maio de 2011

Recordar

Ontem encontrei-me com uma pessoa do SB pois ela tinha-me prometido que graças ao meu testemunho e partilha de emoções me oferecia o DVD do jogo e da cerimónia da final da Liga Europa, mal cheguei a casa fui logo ver, enquanto o jogo decorria eu associava cada lance do jogo e cada momento da cerimónia à minha reacção na bancada, o final foi triste recordar, mas soube-me bem e assim também vi as coisas de outra perspectiva, não sou pessoa de olhar para a vida e para as situações com duas talas nos olhos.

Essa foi só mais uma recordação, já que os meus dias são passados todos a recordar, a relembrar momentos, a cabeça não sai de um pensamento e o coração não para de bater pelas recordações.
Não há um dia que passe e eu não olhe para aquele passepartout em grande destaque no meu quarto com as mais belas fotos da minha vida, não o consigo nem tenho coragem de o desmanchar e mantenho a esperança que um dia voltará a ter razão de ser.
Certamente o dela já foi devidamente arrumado ou as fotos foram trocadas por outras que ela considera mais belas, mas eu não consigo fazer o mesmo, as recordações, por muito que eu não as queira e me façam mal elas fazem parte do meu dia, da minha vida e talvez para sempre, porque o primeiro grande amor é sempre o primeiro e nunca se esquece.

Provavelmente já nem se lembra de mim, já deve passar bem um dia sem se lembrar de que existo e do meu sofrimento, não deve ter saudades minhas nem deve sentir a minha falta, entendo porque já partiu para outra e tem quem lhe faça feliz, lhe dê carinho e lhe faça viver bons momentos, mas não aceito, não consigo. Estou a tomar banho e lembro-me, estou a lavar os dentes e lembro-me do quanto ela gostava deles, estou a ver televisão no sofá e lembro-me de quando víamos aqueles programas juntos, estou a comer e lembro-me dos nossos jantares, saio à rua e lembro-me de quando os dias eram belos, vou apanhar o autocarro e lembro-me de quando os apanhava para ir ter com ela, dobro cada esquina da cidade e lembro-me que agora as dobra sem mim. Dou por mim a rever as nossas fotos, a ouvir as nossas músicas, a relembrar todos os momentos únicos que passámos, a rever aquelas longas conversas que tínhamos no msn no início de tudo - doí tanto, as lágrimas caem, o silêncio perdura a mágoa aumenta mas pelo menos faz-me sentir vivo. Sempre que rezo, continuo a rezar por ela, pelos seus e por nós como se não tivesse acontecido nada, faço-o inconscientemente porque ela está em mim, continua a ser parte de mim e beijo pulseira que se mantém fielmente no meu pulso, amarro-me àquela camisola amarela e à nossa bia pensando no seu irmão mossoró. Por muito queira não me consigo desligar do passado, é mais forte que eu e não me canso de olhar para as coisas e as acariciar como um objecto de alguém que amamos mas já partiu. Tudo me faz lembrar ela.

Tenho saudades, sinto a sua falta. Limpo a água ou o suor da minha melancólica cara com a toalha macia, imagino as suas mão leves e suaves a passar no meu rosto, sinto a falta do seu carinho e da sua atenção, sinto falta de quem me pergunte como estou, o que faço como foi o meu dia... Depois dou suspiros de raiva e de revolta porque sou o único a sofrer, porque ela não entende o quanto eu estou mal nem sente a falta de carinho pois rapidamente teve quem lho desse, que me substituísse, que fizesse o meu lugar e ele nem ninguém se preocupou comigo. Ela continuou feliz e eu fiquei triste.

Tudo isto esta-me a matar, custa estar 24h sob 24h no mesmo pensamento, no mesmo martírio, com uma dor insuportável no peito. Eu não merecia isto, se o mereço gostava de conseguir entender o que fiz de mal, onde é que errei e poder voltar atrás para melhorar. O meu maior desejo neste momento é que isto tudo seja um pesadelo e que acabe rápido, que volte para mim e eu tenha a oportunidade de a amar ainda mais, de sermos ainda mais felizes.

Dizem-me que eu já não deveria querer isto, mas eu não consigo, apesar de tudo o meu o meu pensamento e desejo continua a ser "só quero que voltes para mim, só quero voltar a ser feliz: contigo"...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Rampa

Após uma ida ao cinema no Sábado à noite para ver os Piratas (embora outra pessoa tenha ido só para ver o Jack Sparrow a abanar o rabo de forma bicha) no Domingo acordei a pensar em carros.

Era o dia principal da Rampa da Falperra edição 2011. Sou sincero, não percebo muito de carros mas sempre adorei ver corridas automobilísticas: aquele barulho dos motores, o cheiro a borracha queimada e a gasolina, o desviar do fumo vindo do cano de escape, as marcas no alcatrão, o drift, a beleza dos carros, o entusiasmo do público a puxar pelos pilotos, a adrenalina de por vezes ter de dar um passo a trás com medo de acidentes, tudo isso me fascina. Lá fomos nós e conseguimos encontrar um local privilegiado para assistir ao espectáculo nos montes da falperra que embelezam o Sameiro, enquanto conversávamos, bebíamos, petiscávamos e desfrutávamos da natureza. Melhor era quase impossível.

Mais uma edição, mais um enorme sucesso. É assim que tradicionalmente se define a Rampa da Falperra e a edição de 2011, a 32.ª, não fugiu à regra.
Cerca de 160 inscritos, muitos carros de grande qualidade e espectacularidade foram alguns dos ingredientes que fizeram as delícias dos milhares de pessoas que, mais uma vez, subiram a Falperra para assistirem à passagem dos carros.

A romaria foi intensa com famílias inteiras a aproveitarem o bom tempo para se refrescarem um pouco nas sombras das matas da Falperra, convivendo, assistindo às corridas e aproveitando para passar um dia muito diferente.
O ambiente estava completamente preparado para o espectáculo e tal foi o que se viu, com os pilotos a demonstrarem grande vontade de darem ao muito público aquilo que eles vieram procurar: animação, diversão, emoções e muita velocidade.

Histórica no automobilismo internacional, a Rampa da Falperra continua a atrair milhares de pessoas. Além dos muitos inscritos para participarem nesta 32.ª edição da prova, destaque mais uma vez para a imensidão de público que ao longo dos dois dias de prova invadiu completamente todo o percurso.
Foram milhares de pessoas de todo o país, ibéria e europa que, ao longo dos pouco mais de cinco quilómetros do percurso da prova se mobilizaram para ver passar os potentes bólides que, a cada aceleradela, animaram as hostes.

Homens, mulheres e crianças de todas as idades voltaram a encher todo e qualquer espaço que a organização disponibilizou para assistir à prova. E se o espaço se tornou pouco, as soluções apareceram: em cima de postes, cabines telefónicas, paragens de autocarro... Tudo servia como local ideal para ver os carros a passar, mas sempre cumprindo as regras de segurança, numa prova que, mais uma vez, voltou a não ter qualquer incidente entre os adeptos da modalidade.

A Falperra é Braga e os bracarenses continuam a demonstrar as saudades que tinham. Esta prova mítica e antiga na nossa cidade tem de continuar, vêm para cá muitos estrangeiros de propósito e os hotéis ficam esgotados! Lembro-me de ser miúdo e ficar em casa a ver a prova na tv, depois passei a ir com o meu pai e os seus amigos, depois acabou, passado 10 anos regressou já vou com amigos, depois espero que a prova volte a dar na tv para os meus filhos verem e mais tarde virem comigo, é assim o ciclo da vida e há que manter as tradições. 

As gentes de Braga estão de parabéns por este fim de semana cheio de actividade, só não fui à BragaDecor no PEB porque ainda sou novo para pensar em decorar a minha casa.xb tenho pena é que seja tudo ao mesmo tempo, ha muitos fds's em que nao se passa nada nesta cidade...

Tomates

Após mais uma excelente saída na sexta à noite para comemorar o aniversário de um amigo (isto é só aniversários.xb) no sábado acordei a pensar em tomates!

Está prestes a abrir na Alameda Cardeal António Ribeiro um novo espaço multi-cultural com Bar e discoteca à noite na nossa cidade, esta tomatina foi em jeito de pré inauguração do "Vila" - decorem o nome porque vão ouvir falar muito nele neste verão.

Chego ao local e não demorou muito a encontrar alguns amigos. Roupa velha, boa disposição, vontade de atirar e levar com tomates e falta de complexos, era o necessário para participarmos, o resto tinha lá tudo, desde chuveiros, bar, boa música, decoração, protecção, casas de banho, óculos de natação, bengaleiro e o essencial, tomates. Os meus parabéns à organização, pensaram em tudo e há que louvar estas pessoas que tentam trazer alguma animação cultural, pois esta minha amada cidade a esse nível é um degredo parcial. Tenho pena daqueles que criticaram esta iniciativa sem saber, põem-se a falar do desperdício alimentar, da fome e etc a armarem-se em intelectuais, mas se tivessem atentos iam perceber que esta iniciativa foi feita com tomates podres, logo ninguém os iria comer!

A sirene toca e é altura de correr para os tomates e atirar. No início foi uma espécie de guerra Norte vs Sul pois os os de cima atiravam para os da parte de baixo da alameda e vice versa e foi assim durante uns bons 20 minutos, levei com muito tomate na cabeça e houve um que acertou nos meus tomates vejam lá, embora sem danos de maior, mas também me deu imenso gosto acertar nos outros, excelente para me divertir e descarregar a raiva dentro de mim, para libertar a tensão é do melhor que ha. A sirene volta a tocar para parar a primeira parte da tomatada, mas o pessoal não quis acabar e continuou a batalha só que desta vez deixámo-nos da guerra Norte-Sul e virámo-nos uns contra os outros, um contra todos e cada um por si, inventavam-se as melhores maneira de atirar e não levar com eles, assim foi durante muito tempo, o engraçado é que por vezes queríamos parar um bocadinho e afastarmo-nos do epicentro mas os tomates vinham sempre ter connosco onde quer que estivéssemos, incluisive alguns foram ter com os velhinhos que muito afastadamente assistiam àquela diversão toda.

Foi super divertido mesmo, cerca de 1500 jovens a mostrar porque somos a Capital Europeia da Juventude! Já estou à espera da próxima! No fim, embora contra minha vontade porque sujámos aquilo tudo, fomos todos para os chafarizes da avenida "tomar banho" visto que nos chuveiros pouco ou nada se tirava e precisávamos de ficar minimamente limpos para poder entrar nos carros, e como também não podíamos entrar nos carros todos molhados nada melhor do que ficar deitado na relvinha da avenida a levar com meia horita de sol e a conversar enquanto as roupas também secavam e dois grupos de capoeira tocavam junto ao chafariz e outro no palco da avenida. Tarde animada nesta cidade.

Destaco também a presença de muitos estrangeiros, sobretudo espanhóis que sendo esta tradição da sua terra vieram de propósito para esta batalha de tomates. A presença de muita comunicação social incluindo tv's como a SIC e a RTP, na qual apareci no telejornal.

domingo, 22 de maio de 2011

Ciclo

É tarde, mas apeteceu-me vir escrever...

Depois daquelas vivências únicas em que também cumpri o sonho de levar a pulseira de ouro do meu avô com a inscrição Braga ao palco da final do seu clube, se ele cá estivesse ficaria sem dúvida muito orgulhoso de o ver ali, e quase que o via! Era dia de agradecer aos gverreiros por tudo, eles mereciam, fui recebe-los à Câmara Municipal juntamente com mais uns 500 Braguistas, esta equipa faz-nos querer estar sempre com ela, onde houver Braga nós lá estaremos, é assim o amor.

Foi lindo, mais uma vez vieram-me as lágrimas aos olhos, devem achar que sou um lamechas mas ando num fase da minha vida em que o Braga é a minha única alegria, é o meu grande e eterno amor que me faz viver momentos únicos. Sempre que vejo um mar vermelho que transborda união e orgulho a minha alma fica reconfortada, ver aquelas crianças todas a correr a saltar e a gritar Braga, ve-las amarradas ao seu ídolo Mossoró, ver aqueles heróis, dar um abraço profundo ao Domingos, tudo isto valeu a pena, mais momentos únicos que só quem os vive ou só quem sente é que entende.

Este ciclo irá marcar-me para toda a vida, mas este ciclo chegou ao fim, tal como muitas outras coisas chegaram ao seu fim. Curiosamente o mais belo ciclo do meu clube acompanhou o mais belo ciclo da minha vida, ambos começaram e acabaram quase ao mesmo tempo. Pode ser difícil, mas é tempo de virar a página e acreditar num futuro melhor.

Nunca irei esquecer, PARA SEMPRE 2009/2010/2011 <3

E agora o que vai ser de mim nestes meses sem o Braga? Espero que passe rápido. Quando começa a nova época? Quero Braga :(

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Final

Na Fan Zone já se notava algum nervosismo em todos nós, sabíamos que o tempo de conhecer a cidade tinha acabado e estava a chegar o momento fatal, de todas as decisões. Aproveitei para comer, voltar a divertir-me nas diversões e descansar, enquanto isso tocava uma banda, eram sorteados prémios e passavam imagens da nossa caminhada europeia no ecrã gigante ali instalado. Já na fila para entrar para os autocarros duplex vejo o Karl, o nosso famoso adepto irlandês que desde que veio a Braga ha 8 anos atrás e viu o saudoso Barroso a marcar um golão e a nossa equipa que na altura lutava para não descer de divisão a espetar 4 ao Sporting, desde aí veio viver para cá e só quis saber do Braga, uma bonita história de amor que demonstra que a paixão por este clube não tem limites.

Chego às imediações do estádio e ainda havia tempo para estar cá fora a desfrutar daquele ambiente, muitos pontos de animação mas os dois mas concorridos eram onde se encontravam as meninas da Seat bem atrevidas para tirarmos fotos com elas, eu como é óbvio e porque não se encontra todos os dias beldades daquelas (uma delas era igualzinha à Blake Lively) fui aos dois lados e lá me tiraram as fotos com a polaroid.
Junto às entradas por onde iam passar as camionetas dos jogadores concentravam-se milhares de Braguistas e portistas, nessa espera aconteceu uma excelente demonstração de fair play e desportivismo, de um lado cantava-se Porto, do outro Braga e no fim todos juntos Portugal, as músicas anti benfica também não faltaram. Porque é que o futebol não é sempre assim? Foi a festa do futebol mais animada e sem conflitos que já vi.

Passada a camioneta do ENORME é então tempo de pegar no bilhetinho mágico, fazer aquele rodar mágico do torniquete, entrar então naquele estádio mágico e sentar-me naquela cadeira mágica, onde eu iria viver todas as emoções e momentos mágicos. A nervoseira atinge o seu expoente máximo enquanto eu a tentava disfarçar entoando cânticos e apreciando aquele fantástico estádio.

Começa a cerimónia de abertura e aí começa a a emoção, não consegui conter as lágrimas, não deu, aquelas coreografias com aquela música emocionante era impossível, eu estava a viver um sonho e acho que só aí caí na realidade, pensei no quão a vida tem sido madrasta para mim mas que me estava a proporcionar aquele momento fabuloso, ainda hoje ao ver o vídeo da cerimónia me emociono, eu estava ali a viver o que eu sempre ambicionei com a restante legião, o meu Braguinha cresceu e na parte final da cerimónia em que o emblema de todo o orgulho estava a ser estendido no relvado para os olhos de todo o mundo ninguém conseguiu ficar indiferente.

No final do jogo o resultado não era o esperado e senti que a taça estava ao nosso alcance mas fugiu-nos! Não sei, mas foi um misto de emoções tão grande, era a felicidade de estar ali a viver esta final única e a tristeza de não ganhar, sabia que o belo sonho estava a chegar ao fim, eu no fim queria aplaudir mas não tive forças, sentei-me e desatei a chorar como um bebe, soluçava e não tinha ninguém a quem me amarrar, parecia que o mundo tinha desabado e perguntava a mim mesmo porque não posso ser feliz, porque é que todos os meus sonhos acabam mal, porque é que deixam criar em mim a ilusão da felicidade e depois tiram-ma. Por incrivel que pareça ás 22h lá ainda era dia, mas a partir desse momento a minha alegria ficou escura como a noite mas o orgulho manteve-se intacto, já estou habituado a levar com machadadas. Um senhor já com os seus 50 e tal anos, mais contido mas com a lágrima no olho estende-me a mão nas costas e diz-me "Deixa lá, tu es novo e ainda vais ver o Braga noutra final europeia, eu é que não sei se vou". Nunca vou esquecer.

O regresso a casa foi penoso, viveram-se momentos de angustia e não era difícil encontrar lágrimas nos rostos que outrora tinham a esperança de um final feliz. Na sala de embarque pairava um silêncio aterrador, com as cabeças caídas, pessoas sentadas e deitas pelos cantos, umas a dormir outras a aproveitar para comer algo, trocavam-se olhares como gestos de partilha da nossa tristeza, o voo levanta e o sonho fica, não o conseguimos trazer de volta, mas nas asas do avião regressa o orgulho por tudo o que fizemos e da maneira como nos batemos, raça, humildade, união - fomos Gverreiros.

Já em Braga, dou por mim às 4 e meia da madrugada a passar na avenida central e a descer a rua do souto sozinho até às estação para apanhar um taxi, nessa caminhada foi altura de reflexão, sentia os meus pés em ferida de tanto andar, só me apetecia parar e deitar-me num canto como um bandido sem abrigo, sentia falta de uma pessoa, do apoio e conclui que estava de volta ao mundo real, ha que enfrentar outra vez esta tempestade que anda dentro mim.

Por enquanto ainda penso muito naquilo tudo e ponho-me a recordar sem fim, nunca irei esquecer 18.05.2011, obrigado cabanasaxa por me fazeres recordar este dia:



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dublin

Não consegui dormir, também sabia que duas horas depois já tinha de acordar, só pensava no sonho que estava prestes a realizar, só queria que os ponteiros andassem.

O relógio desperta mas não fazia falta despertar, levanto-me e inicia-se a minha primeira viagem sozinho, coisa de adulto! Era o início, está quase, eu vou! Era o meu único pensamento. Saio de casa devidamente equipado rumo ao Sardinha, bem que eram praticamente horas de ir para a discoteca mas o motivo era outro. Chego e encontro o primeiro mar vermelho, pronto a entrar nas camionetas que nos iam levar ao aeroporto e às 4h da manhã já havia quem bebesse cerveja, ou será que devo dizer que ainda bebia cerveja? Fica a questão.

Chego ao aeroporto e visualizo mais um mar vermelho que já la estava e que nós o íamos fazer aumentar naquele momento. O Sá Carneiro estava dividido em dois, um lado do check in era para portistas e outro para braguistas, nessa altura éramos mais porque o núcleo duro do porto saía mais tarde ao invés do nosso que saía bem cedo. Já junto à porta de embarque íamos treinando as vozes com cânticos esporádicos que foram ganhando frequência e perdendo a vergonha ao longo do tempo, fazíamos a festa e os andrades ali presentes apreciavam-nos e tiravam-nos fotos. No avião fomos recebidos por duas simpáticas e belas alemãs que de português apenas sabiam dizer obrigado. O avião descola e com ele descolava uma legião cheia de esperança, depois foram duas horas a voar nas asas do sonho e como fiquei junto à janela consegui ver a cidade de Braga de lá de cima, provavelmente estaria a passar mesmo por cima de Vila Verde e olhando para a minha cidade de lá de cima aumentou-me o desejo de trazer a taça para ali.

Aterrei, desaperto o cinto, pego na mochila, levanto-me, digo bye às meninas, nas escadas levo com um frio de rachar e uma ventania que me fez lembrar as tardes de nortada na Apúlia, desço degrau a degrau olhando para o horizonte, ponho um pé e outro pé no alcatrão e estava finalmente no sonho irlandês! Somos gentilmente recebidos pelos funcionários que nos dias anteriores com certeza andaram a aprender algumas palavras em português. É tempo de percorrer o enorme aeroporto cantando músicas do Braga para apanhar os autocarros que estavam à nossa espera para nos levarem à nossa Fan Zone, pelo caminho ainda me ia mentalizando do local onde estava mas aqueles painéis de indicações em Gaélico não deixavam dúvidas, eu estava mesmo lá e como queria aproveitar ao máximo, enquanto olhava a paisagem pela janela deitava o olho aos mapas turísticos entretanto fornecidos para eu planear os meus roteiros como deve ser, embora eu já trouxesse a lição bem estudada de casa.

Fan Zone decorada à Braga, com bastantes animações e divertimentos, loja de produtos, locais de comes e bebes, um ecrã gigante e um palco. Como a fome já apertava fui logo comer, como eles sabiam que éramos portugueses poderiam ter posto comidinha tuga, umas bifaninhas e uns panadinhos, mas não, só hambúrguers e cachorros, lá comi uma salsicha dentro do pão e uma Guinness para desentalar, ouvi falar tanto nela que quis logo experimentar, mas para mim não é nada de mais, é mais a fama que outra coisa, já bebi cervejas bem melhores.

Mas eu e a maioria não quisemos saber da Fan Zone para nada, participámos logo de início nas diversões e depois foi tudo para o centro e só lá voltámos no fim do dia para apanhar os autocarros gratuitos para o estádio. Como havia muito tempo e já que paguei bem, aproveitei para conhecer Dublin o máximo que pude, já me pus a fazer linhas no google e andei sem brincar uns 15Km a pé o dia todo. Adorei as zonas pedonais, principalmente as ruas de Temple Bar, a Custom House é enorme, a City Hall imponente, a Chathedral Church apaixonante,  a St Patrick's apaziguante e a Trinity College Dublin (maneira mais chique de dizer universidade.xb) é lindíssima a fazer lembrar aquelas universidades de edifícios históricos com jardins enormes que estamos habituados a ver nos filmes, mas não me perdoo por ter-me esquecido de ir ao castelo!

Sendo eu um amante de parques verdes queria muito ir visitar o gigantesco Phoenix Park mas ficava longe, fui então ao pequenino mas romântico e lindíssimo Saint Stephen's Green por essa altura o vento já tinha ido embora e levado com ele o frio, eu já estafado de tanto caminhar e encantado com as crianças a brincar naqueles jardins e a dar comida aos patos do lago, deito-me na relva e deixo o sol que então começou a brilhar e desfrutar da calma que ali se sentia. Aproveitei também para ver as fotos que tinha tirado e estiquei os meus dois cachecois na relva para lhes tirar fotografias principalmente ao das assinaturas, sentei-me e o sol permanecia, os pássaros cantavam e eu pensava em todos vós - queria tanto que todos tivessem ali comigo - e em todos os Braguistas que queriam estar a viver aquele sonho. Outro pensamento também me veio à cabeça: Depois de Liverpool eu comecei a acreditar nesta final, juro que algo me dizia que iríamos lá estar, e logo aí que comecei a acreditar nesta possível final eu imaginei como seria esta viagem com outra pessoa mesmo sabendo que provavelmente ela não poderia vir, mas hoje mesmo que pudesse ela já não viria fazer esta viagem comigo. Como a vida muda e nos foge em tão pouco tempo...

Estive nas ruas de Temple Bar por várias ocasiões pois era a zona mais movimentada, todos os caminhos iam lá ter e lá animação e gente era o que não falava, era o ponto de maior reunião de adeptos, adeptos dos dois clubes confraternizavam, tiravam fotos em conjunto, bebiam, saltavam, cantavam cada um para seu lado, sempre tudo num clima de respeito e grande festa, era uma festa portuguesa com certeza! Da ultima vez que por lá estive apareceu um grupo de universitários que nos convidou para ir jogar rugby com eles para os campos da universidade, alguns de nós lá foram incluindo portistas, ali éramos todos amigos. Explicaram-nos as regras direitinhas e lá tentamos jogar, uns deles vieram para a nossa equipa e alguns dos nossos foram para a deles para as coisas ficarem equilibradas e a minha equipa ganhou. No fim do jogo ficamos por lá a beber e a confraternizar com a malta universitária principalmente feminina, as irlandesas são simpáticas mas a beleza não abunda naquela ilha infelizmente.

Antes disto já tinha visto a rainha de Inglaterra, ia a passar junto ao rio Liffey para ir a um supermercado na marginal, oiço as sirenes e o barulho dos helicópteros a sobrevoar a zona, já que estava ali encostei-me às grades de segurança e pouco tempo depois passa ela, no momento em que passa por mim ela acena para o meu lado, e eu "ah, estou muito mais feliz agora". Térice.

Resumindo, via-se portugueses por todas as ruas e sempre em festa. Dublin, uma cidade lindíssima e bem organizada que soube respeitar a sua história embora com alguns mamarrachos pelo meio também mas que pouco se notam. Muitos parques verdes! Será pedir muito pelo menos um do género para Braga, onde as pessoas se possam deitar na relva a ler, passear de bicicleta, caminhar, dar comida aos patos, dar uns pontapés na bola? Será que aquele dinossauro político saiu do Hotel e foi ver como se fazem cidades?

Eram cerca de 17h e comecei a caminhar em direcção à Arena O2, local da nossa Fan Zone para comer qualquer coisa e preparar-me para ir para o jogo de uma vida. A partir daqui e como o conteúdo é de teor diferente, a história virá num novo post.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Esperança



Acabadinho de chegar de recolher as assinaturas daqueles que quiseram levar a sua marca à Irlanda.

Hoje teimaram em querer estragar-me o dia, tenho pena que só se lembrem que existo para me tratarem mal. Eu tratei mal alguém? Não me parece. Ma ha quem persista em chamar-me tudo e mais alguma coisa, ha quem me queira fazer passar por má pessoa, ha quem em queira fazer passar por criança. Sim, parece que umas simples linhas redigidas com a cabeça e o coração é pior que tudo o que me fizeram, eu apenas digo o que sinto! Só me faltam querer obrigar a escrever repetidamente "eu sou mau, eu sou mau, eu sou mau" num quadro como se fosse o Bart. Mas eu não o faço, eu sei que não fiz nada de mal, se fiz mal então não ha palavras para descrever o que me fizeram. Mas se são felizes assim, sejam. Porém tenho pena que só sejam adultos para o que lhes convém. Estou de consciência limpa, eu sei que não fiz mal a ninguém, embora queiram passar a imagem que eu é que sou mau. Mas não em atinge, sou forte e digo-vos: Este bandido é bom minha gente!

Mas vamos ao que interessa.

Hoje, por muito que quisessem não conseguiriam estragar o meu dia, a ansiedade e a vontade de estar lá tomou conta de mim desde que acordei, o meu interior já lá está, amanhã a partir das 7h estará o corpo a viajar para junto dele. Está quase quase! O Sonho de uma vida está quase! Agradeço o apoio de todos e as mensagens de felicitação (porque essas é que importam), agradeço a todos os que quiseram assinar o meu cachecol, amanhã levo-vos a todos no meu pensamento, na minha alma, no meu coração, na minha voz, no meu sangue nas minhas lágrimas, no meu símbolo, nas minhas emoções. Em cada olhar vocês estarão lá, porque merecem! Fico triste por todos os que não podem ir e ficam por cá, mas acreditem que vou/vamos gritar por vocês todos, a vossa força e a garra estará em nós. Sei que na bagagem levo a esperança de uma legião, acredito que nela possa trazer o caneco!

Quem tiver o meu facebook que esteja atento amanha, como tenho internet de graça no telemóvel vou postando todos os desenvolvimentos ao longo do dia desta caminhada épica. Se a internet do tele lá funcionar, espero que sim, acho que dá :S

Quero voltar a viver algo parecido com isto:


Quem não se arrepiou?
"Quem não sente, não entende!"

Aconteça o que acontecer, o orgulho é sempre o mesmo.
Amanhã vão cair muitas lágrimas naquele estádio e nesta cidade.
Estamos juntos!



segunda-feira, 16 de maio de 2011

Amor de Bandido

A história é longa, tudo começa no dia 4 de Março de 2009 quando começo a namorar com a mulher da minha vida que mora em Vila Verde. Aí começou aquela a que orgulhosamente chamávamos "a mais bela história de amor" e era até ao dia 5 de Abril deste ano (daí aquele meu poema Março vs Abril).

Foram dois anos em que tudo era perfeito, muitos sacrifícios que eu fazia, muitos km, muitas viagens (quantas vezes eu não fui de bus a vv em dias de chuva só para lhe dar um beijo e vir logo embora) muitas surpresas, tentava ser um super namorado mesmo que isso me esgotasse por completo mas valia a pena, deixei parte da minha vida por ela, em tempos abdiquei do andebol por ela, prejudiquei-me em muitas coisas por ela, foi muito dinheiro gasto em viagens para VV e em prendas por ela eu punha-a à frente de tudo na minha vida. Eu fazia tudo, considerava-me um namorado perfeito ou pelo menos tinha consciência que fazia tudo para o ser e ela também dizia que homens como eu, atinados e com aquela dedicação já não existiam. Ela prometia-me que isto era para sempre e eu também, fazíamos juras de amor, falávamos sempre tudo um com o outro, não havia segredos. Fomos de férias juntos. Já tinhamos o nosso grupo de amigos, já dormimos na casa um do outro enquanto eu não tinha a carta porque a distância assim o obrigava se quisessemos estar juntos em festas à noite, etc. Eramos filhos para os nossos sogros. Eramos uma família...

Até que um dia, de repente. tudo mudou com uma mensagem a acabar comigo sem mais nem menos, estava tudo bem e cai aquela mensagem. Ainda ha uma semana atrás eu lhe tinha feito a surpresa de a ir buscar a casa e irmos passear de noite para a PóvoaVZ e a noite foi perfeita. Não é maneira de se acabar, parecia um patrão que despede o empregado por e-mail. Eu fui ter com ela, pedi par lutar, não entendia porque tudo acabava assim de repente mas ela não quis saber. Como é que se acaba assim de repente um amor de 2 anos em que tudo foi perfeito e não se luta sequer? Eu pedi-lhe que ao menos não arranjasse outro tão cedo por respeito e para não eu sofrer ainda mais. No entanto e após eu já ter feito e planeado bastantes surpresas (cheguei ao meu limite de ideias mesmo!) para a tentar reconquistar, passado uma semana de ter acabado comigo ela já andava com outro sem eu saber. Soube porque me enviaram uma foto (talvez o outro para gozar comigo) deles os dois a darem um beijo. Quem era? O gajo que eu já ao tempo vinha a avisar para a proximidade em demasia e que ela negava sempre qualquer coisa e dizia ser impossivel bla bla bla.

Ha um mês atrás eu fazia anos estava tudo bem. Como é possivel depois de tudo ela já andar aos beijos a outro? Não ha sentimentos? Não ha respeito? Foi tudo em vão? Ela não considera traição, mas eu considero, a traição não existe só nos actos mas também nos sentimentos, para ela ter começado tão rápido a andar com o outro já tinha de existir um "clima" entre os dois ha muito tempo e eu andava ali enganadinho.

Não percebo, eramos um só, partilhavamos tudo um com o outro, passámos momentos únicos, eramos uma família já. Tantos sonhos e planos para o futuro e ela destruiu assim tudo sem mais nem menos e trocou-me logo por outro, foi como se eu não existisse, como se eu não tivesse sentimentos, foi um acto de egoísmo puro. Estes dois anos perfeitos (porque o foram mesmo!) não mereciam isto. Eu não mereço isto, nunca fiz mal a ninguém, preocupo-me mais com os outros do que comigo, não percebo. Agora não tenho ninguém e ninguém me levanta. Eu levantei-a numa altura em que ela precisava de apoio devido a às traições que a vida lhe deu antes de nos conhecermos, dei-lhe autoconfiança, devolvi-lhe a alegria, dei-lhe asas para poder voar sozinha e ela foi, agora voa sozinha, esqueceu-se de mim e eu perdi isso tudo que eu lhe tinha dado. E agora quem é que me levanta? Ninguém. Podem achar que estou a exagerar mas isto é como se me tivesse morrido uma irmã. A ligação era tão forte que só eu entendo.

Sinto que estes dois anos valeram de ZERO, gosto de investir em projectos com futuro, investi muito durante dois anos porque acreditava no futuro, mas agora de que me valem estes dois anos para o futuro? Nada. Apenas recordações. O que é que essas recordações me valem para o futuro? Nada. Apenas sofrimento. Custa pa carago estar um tarde em casa e imaginar que ela já está toda divertida com outro. Mas eu não lhe guardo rancor, ela tem 17 anos (menos dois que eu) e se calhar esta a viver a adolescência que não viveu ou eu a privei (embora eu lhe tenha dado sempre total liberdade para tudo, nunca a privei de estar com os amigos nem nada por minha causa, porque eu punha a vontade e o bem estar dela sempre em primeiro lugar).

Ela deixou-se levar pelos sentimentos e emoções, mas na nossa vida a cabeça tem de estar sempre acima do coração, se o mundo agisse pelas emoções a esta hora estava tudo em guerra, era só homicídios etc. As pessoas têm de ter cabeça e não serem egoístas e pensarem só no seu umbigo. Mas enfim, eu perdoo-a, ela não sabe o que faz, anda iludida, as amigas com certeza que lhe dizem que ela agiu bem, que fez tudo bem e apoiam a nova relação, mas quem sofre sou eu. Talvez um dia ela vá bater com a cabeça na parede mas já poderá ser tarde de mais porque eu não gosto de ser uma marioneta. Mas nem isso eu acho que vai acontecer, ela deve ter percebido que eu afinal não sou grande coisa ele é capaz de ser melhor que eu, mais bonito, mais bem vestido, mais divertido, mais inteligente - pronto ao menos trocou por algo melhor, mas quem sofre sou eu.
É por isto que a vontade de viver é pouca, a minha vida era ela, e ela abandonou-me.

Eu não pedia que ela ficasse comigo para sempre sem ela gostar de mim, não a podia obrigar a isso nem tinha esse direito. Só pedia que tivesse feito as coisas com calma, aos poucos ia dando a entender que já não gostava de mim para eu não sofrer tanto em vez de ter sido de repente e por telemóvel, que tentasse lutar um bocadinho, que tivesse sido sempre sincera e não se fosse logo enrolar com outro. Só pedia isto. Mas não, nunca pensei que ela mudasse tanto e se tornasse numa pessoa tão fria assim de repente - maneira como ela me passou a falar, a desprezar, a arrogância e prepotência é inacreditável. Foi uma desilusão muito grande, o amor que criei por ela era quase tão forte como o amor pelos meus pais, ela era a irmã que nunca tive!

Quando saio ainda me consigo distrair, o problema é quando chego a casa e vejo que está tudo igual, a tristeza invade-me a alma e não ha uma noite em que não verta uma lágrima, nesse momento "só a dor me faz sentir vivo". Os pesadelos existem todas as noites e são sempre com a mesma pessoa, acordo e sinto que os pesadelos também existem na realidade e fico a pensar neles até que esteja com alguém ou faça algo que me distraia. E estudar? Simplesmente não consigo, quero estudar, quero passar à frente mas a minha cabeça não sai de um pensamento e o coração não para de bater pelas recordações.

Quem me dera já estar melhor, mas esta dor dentro do meu peito só se irá atenuar com o tempo, muito tempo. Até agora tem vindo é a aumentar, à medida que vou percebendo que isto é mesmo real e a saudade vai aumentando. Estou feito em cinzas, metia as minhas mão no fogo por ela, por nós, queimei-me todinho... Como é possível. Nem acredito ainda.

E já agora, estou muito grato pela "solidariedade masculina" apresentada pelo sujeito, não me deu tempo nem margem para lutar sequer, aproveitou logo para espetar as garras, assim se vê o carácter das pessoas - espero que um dia não lhe façam o mesmo, não desejo mal a ninguém.

Adaptado de um desabafo escrito em 28.04.

Eterno

O dia de ontem foi passado com o eterno amor da minha vida, mas como devem imaginar, o início foi passado a recuperar.

De tarde fui com outro amigo ver a consagração de campeão do futsal do enorme, o carro estava no mecânico e então lá fui de autocarro até ao pavilhão desportivo da Universidade do Minho, e sinceramente ainda bem que assim foi, assim também passeei, levei com sol nas trombas e até corria uma aragem fresquinha nessa tarde, que bem que me soube. O carro por vezes torna-se cansativo, torna a vida muito monótona pois entramos nele dentro de casa e só saímos dele dentro do local desejado, neste caso o recinto da UM, nem sentimos o pulsar da vida lá fora, para além disso quem me conhece sabe que eu sou amante da temática da mobilidade, urbanismo, transportes, circulação e muito defensor do uso dos transportes públicos, dizem que em Braga estamos mal servidos mas se os souberem usar (basta perder um pouco de tempo no site da TUB a planear a viagem que querem fazer em vez de andar nos facebooks ou a ler o bandido.xb) vêem que não são assim tão maus e facilmente se chega ao local que pretendemos, eu sei que não é tão rápido e cómodo como o automóvel mas temos que poupar o ambiente, já para não falar no que se poupa na carteira ao andar em TP! (Realmente, está-me a faltar um post sobre esta temática, em breve lanço um).

Bastava uma vitória e essa vitória lá chegou num jogo bastante renhido, gritou-se então a típica múscia "Campeões, campeões, nós somos campeões" que já tive o gosto de cantar isto nas vezes em que me sagrei campeão de andebol, mas nunca tinha tido o prazer de a cantar pelo meu clube ter sido campeão, agora falta passar este cântico para o futebol, espero que seja já quarta feira! Fui para casa e ainda passei pelo mac antes de apanhar o autocarro de regresso, estava completo o passeio e a primeira parte com o eterno.

Do Mini AXA para o AXA passei então por casa para comer qualquer coisa e pegar no cachecol, a camisola já estava vestida desde o início da tarde. Enquanto esperava no sítio do costume pelos outros amigos Braguistas do coração pus-me a olhar para o mar de gente em meu redor e a concluir que os lagartos eram mesmo muito poucos, como as coisas mudam e ainda bem, lembro-me que no velhinho 1º de Maio aquela curva por de trás da baliza enchia-se de verde, mas hoje são mesmo muito poucos.

Bastava o empate mas o meu Braguinha perdeu e deixou assim cair por terra o 3º lugar, era só a segunda melhor classificação de sempre! Mas eu tinha este pressentimento, já andava tudo com a cabeça em Dublin, até nós adeptos, e aliando isto aos castigados e lesionados, ao cansaço, à cegues dos senhores dos apito, a uma equipa que marcou cedo e a partir daí só fez anti-jogo já para não falar nas declarações de véspera que eu não consigo perceber o porquê de terem saído naquele momento. Eu senti que todos queriam ganhar, mas com todos estes factores tornou-se impossível, não adianta agora deitar culpas para este e para aquele, a culpa é de todos e até nós adeptos que não demos o apoio devido das bancadas! Fica para a próxima mas isto tirou-me o sono de noite, custou-me a engolir a perda do histórico 3º lugar, mas agora a minha cabeça já só está em quarta feira. O orgulho continua! 

Ha coisas que eu pensava que eram eternas, juravam-me que eram eternas e que iria haver sempre sinceridade, mas esta eu sei mesmo que é e não me vai falhar: AMO'TE BRAGA até à eternidade! <3

domingo, 15 de maio de 2011

Amanhecer

A noite de sexta foi bastante atribulada, mas nem por isso deixou de ser divertida.

Comecei por ir buscar a casa uma pessoa muito importante para mim, uma amiga que nuca me desiludiu e que sei que posso confiar nela para tudo e sei que ela deve pensar o mesmo de mim.

Tínhamos de ir ter ao restaurante do aniversário de outra amiga depois de eles jantarem, marcamos cedo pois queríamos aproveitar a noite para nos divertirmos ao máximo e como era cedo fomos ao BP com o intuito de tratar da prenda de um amigo. Em direcção ao BP passamos pela entrada da nova variante incompleta que vai ter ao recém inaugurado hospital central de Braga, como tínhamos tempo decidi "vamos lá estrear a estrada nova e ver o novo bicho de perto", lá fomos e foi a risota total, chego lá acima e ponho-me a andar devagarinho enquanto dava a volta à rotunda para voltar para trás, era tempo de apreciar o bicho e ela já pode dizer que a primeira vez que foi ao novo hospital foi comigo, é uma coisa mesmo marcante. Então aqui "fechou", a típica expressão que ela usa.

Já no BP, acabamos por não tratar de nada da prenda porque faltava informação, fomos ver se encontrávamos uma amiga que trabalha recentemente lá numa loja e nada. Fomos ao BP fazer rigorosamente nada. Mas tudo o que se faz com aquela best friend acaba por ser divertido.

Daí fomos para o tal restaurante, pelo caminho muitas conversas, brincadeiras, revelações e segredos porque os verdadeiros amigos não escondem os seus sentimentos e emoções. Chegámos ao restaurante e pensamos: eles ainda devem estar a comer, e estavam mesmo, apesar de já ser bem tarde. Decidimos então ficar no carro a continuar a pôr a conversa em dia para fazer tempo. Entrámos ja deviam ser 23h e eles ainda comiam, alguns já estavam bêbedos e ainda iam para a queima. Reencontrei pessoal que já não via ha mesmo muito tempo e conheci gente nova, tudo muito divertido e já me queriam embebedar também, ma só bebi um pouco porque estava de carro e a noite ia ser longa.

Depois de tanta animação no restaurante, dissemos um "até já" ao pessoal, era tempo de ir aos bares da UM buscar umas pessoas que já estavam KO. Estava para lá uma confusão que só visto, não havia onde estacionar e estavam milhares de estudantes em filas para entrar para os autocarros que os levavam para o gatódromo. O concerto dos Xutos a começar e nós ainda lá, então eu pensava: com uma noitaça pela frente foram-se pôr assim tão cedo, pessoal, cabeça pessoal. Mas não me preocupava muito com o concerto pois eles vêm cá todos os anos e é sempre a mesma coisa. Depois deste problema tratado e de me rir com as cenas que elas faziam graças à bebedeira, toca a ir para o enterro, o concerto já devia estar a meio quando entramos, nem o vimos fomos logo lá para cima, o concerto acaba e a zona das barracas começa a encher, essa foi a pior parte. Foi curtir, encontrar pessoal, conversar e dançar a noite toda.

No fim da noite fui levar umas pessoas a casa, já sozinho no carro sintonizei uma música calma a tocar baixinho, queria sentir a tranquilidade da madrugada, fui meter gasolina e quando chego a casa eram quase 6h, o céu já estava a ficar claro e olhando para leste via-se o sol já a querer rasgar por entre o Sameiro e Bom Jesus, fez-me lembrar a noite de 17 de Março deste ano, quem me dera ter ido leva-la a casa como nessa madrugada...

Sou como a Terra, também preciso de amanhecer, preciso que o sol nasça de novo, mas ele custa a aparecer e sei de ainda vai demorar muito. Obrigado a todos os que fazem com que o sol apareça, mesmo que seja por pouco tempo.

Sonho

Fruto do meu trabalho, de andar atento a todas as informações que saiam acerca das viagens para encontrar a opção mais barata, perspicácia, rapidez e investimento - desde Liverpool que me comecei a prevenir e poupar, e também o dinheiro que ganhei a trabalhar nas férias do verão passado serve para estas coisas - não esqueço também a BL que sem eles não conseguiria realizar o meu sonho. Sim, dia 18 estarei em Dublin!

Vejo uma mensagem no fórum SB a dizer que como não tinham enchido o avião só com sócios da claque, para durante a tarde irmos tentar a nossa sorte à sede da BL. Era a opção mais barata e vantajosa que eu tinha visto mas estava só disponível aos elementos da claque, quando vi esta mensagem foi como se um raio de esperança tivesse entrado em mim, voltei a acreditar que seria possível. Primeiro comecei por perguntar onde era a sede, depois como já se esperava uma invasão àquele local para conseguir um lugar, eu com medo de ficar para trás comecei a ver historiais de mensagens e a perguntar por MP aos users que estavam online se alguém tinha algum contacto de algum dos responsáveis da BL, lá me arranjaram e eu liguei a essa pessoa sem a conhecer de lado nenhum - o meu amor pelo Braga faz perder a vergonha nestas situações - implorei como um sem abrigo implora por uma moedinha que me me reservasse um lugar, ele lá cedeu um pouco e disse que me garantia lugar se eu até às 16h fosse atendido. Saí de casa a correr cheguei lá e a fila já estava enorme, o meu coração saltava e percebi que me faltava o dinheiro, toca a pedir ao senhor de trás que me guardasse o lugar enquanto eu ia ao multibanco mais próximo, fui a correr, as minhas mão tremiam e por momentos nem me lembrava do pin do cartão, a máquina só teimava em dar-me 200 de cada vez, tive de tirar o cartão e voltar a meter para pedir mais 100, o resto já tinha na carteira.

Voltei e tinham fechado a porta pois já estava muita gente lá dentro, comecei a ver a minha vida a andar para trás, não via maneira de entrar e o meu lugar na fila estava lá dentro reservado, eu só tinha ido levantar dinheiro! Entretanto chega um dos líderes da claque e eu explico a minha situação, a porta abre-se e com ela abre-se o sonho novamente. O tempo passava, eu na fila e pensava na loucura que estava a cometer, e ninguém sabia, nem os meus pais, só eu. Fui atendido estavam mesmo a ser 16h, deu-me o bilhetinho mágico e eu não reagi, fiz-me de comedido adulto, tentei agir normalmente como todos os outros, mas dentro de mim havia algo que se queria soltar, talvez um grito. Chego cá fora, verifico se alguém está a olhar para mim, então aí solto gargalhadas de felicidade com os braços estendidos para o céu, parecia um criança acabada de entrar no mundo dos brinquedos. Eu entrei no meu mundo, o meu sonho, a minha final, o meu clube. Depois toca a contar aos meus amigos Braguistas do coração e eu sorria e tremia enquanto respondia às mensagens cheias de perguntas e felicitações.

Mais tarde, ainda respondendo a mensagens, sentei-me debaixo de uma sombra numas escadas laterais ao antigo convento de São Salvador, nessa altura corria uma brisa refrescante vinda dos verdes ramos das árvores ali presentes, o telemóvel vibrava na minha mão tal como eu vibrava por dentro com tamanha emoção, mas nessa altura fechei os olhos, deixei a brisa bater no meu rosto e pensei: tenho saudades, gostava de receber aqui a mensagem de uma pessoa, a pessoa com quem ha bem pouco tempo partilhava todas as minhas alegrias e ficava orgulhosa por mim. Mas essa pessoa já não existe, mudou e deixou-me, acabou-me com um sonho. Mas este já ninguém me tira!

Ainda nem acredito :D

sábado, 14 de maio de 2011

Bonito!

Quarta à noite fui ao meu segundo dia no enterro deste ano, não podia faltar à noite mítica e talvez a mais carismática e animada destas festas académicas.

Já toda a gente deve imaginar como são vividos os concertos do Quim Barreiros para a juventude, muita animação e bailarico à moda antiga associado aos movimentos corporais modernos, a interacção com o público, a piadas, os típicos comboios que quando dás conta já te encontras do outro lado da plateia, as letras com trocadilhos apimentados cantadas em uníssono através de gargantas afinadas do cerveja, muita dela ingerida durante a tarde no cortejo.

Depois acho graça àquelas pessoas que se for preciso ainda frequentam o ensino básico, que se põem para lá com atitudes para dar nas vistas, à procura talvez de um estatuto adulto perante os pareceres da sociedade, tão adulto que bebem dois finos e já se estão a gregar todas junto às grades delimitadoras do recinto, autênticas crianças que querem chamar a atenção mas que não percebem que são olhados com indiferença pelos verdadeiros adultos já habituados a estas andanças. Já para não falar na mitralhada que por esta altura vem das aldeias e enfim. Isto para dizer que o enterro tem um espírito que está a mudar radicalmente, estive a falar com uns amigos do fórum BA que estão em final de curso ou já os acabaram e estes dizem que já não põem lá os pés porque já não se identificam com a festa, desde que esta começou a estar "na moda". Dá que pensar.

Falando agora em orgulho, foi com essa palavra que assisti à actuação de uma amiga na tuna de medicina naquele prestigiante palco e à declaração de que outra amiga e o seu curso de enfermagem ficou em segundo lugar no cortejo académico. Parabéns às duas.

P.S. A frase deste enterro é sem dúvida "Bonito bonito são os tomates a bater no (como acho esta palavra feia vou dizer animais de penas e com crista que vivem numa capoeira)" se por estes dias ouvirem muito isto, é normal. Muito bom Quim.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Projectos

Ontem foi-me feito um convite. Um convite que só é feito a gente adulta, séria e trabalhadora e como tal devem imaginar que me sinto bastante honrado por para eles eu ter estes parâmetros.

Convidaram-me para fazer parte da lista que irá organizar nos próximos dois anos a festa cá da freguesia, grupo vulgarmente conhecido como comissão de festas. Estive quase para aceitar de imediato porque desde as alturas em que era pequenino e vivia estas coisas com mais intensidade - a festa também era maior - dizia que um dia iria também organizar isto. Mas disse que ia pensar: Se por uma lado sou uma pessoa ambiciosa que gosta de desafios e de se meter em novos projectos, desenvolve-los e dar tudo por eles com o máximo de empenho e seriedade, também tenho de pensar que não me poderei meter num projecto sem saber se terei o tempo necessário para ele, basta pensar em reuniões, iniciativas de angariação de dinheiro, fins de semana no bar já para não falar que para o ano muito provavelmente farei 40km todos os dias para ir e vir da universidade em Guimarães. Também perderia muito tempo para estar com os amigos, estudar, família e outras actividades, por isso estou mais inclinado para dizer que fica para uma próxima - e fica mesmo! - porque estas festas fazem parte da nossa cultura portuguesa, principalmente minhota e não podem acabar, cada vez há mais esse risco porque para além da crise (hoje em dias as pessoas utilizam a crise para desculpara tudo) também falta quem se chegue à frente para trabalhar. Sinceramente, para um povo latino, um povo que já conquistou e descobriu o Mundo, estamos a ficar muito comodistas!

Um conselho, façam como eu e não se metam em projectos que vêm que não têm estofo para eles, pois se o abandonam ou o estragam acabam por desiludir as pessoas que confiaram em vós para construir algo grandioso e com futuro.

Já hoje de tarde fui com alguns amigos ver o cortejo académico, muita animação, ruas da cidade cheias de gente num dia de calor que convidava as pessoas a tomarem banho no chafariz, e muitos tomaram mesmo.
Vimos vários amigos e conhecidos que outrora já partilharam a mesma sala de aula, ou escola, ou simplesmente a mesma mesa de café, orgulhosos a representarem o seu curso, como todos crescemos, o tempo passa e nem damos por ela. Acabamos por não ver as duas pessoas que mais queríamos ter visto, já eram 17:30 e apenas deveriam ter passado por nós uns 15 cursos e visto que essas duas pessoas só iriam passar em trigésimo tal, já se fazia tarde para alguns que tinham outros fazeres e lá fomos às nossas vidas.

Logo à noite é para os peitos da gatinha, ups cabritinha, dá-lhe Quim!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Voar

Ontem o dia resumiu-se a dormir - ir à net ver se havia novidades das viagens para Dublin - dormir e assim repetidamente, tinha de descansar de três noites seguidas em que me deitei tarde sendo a última muito tarde mesmo.

O assunto da viagem e dos bilhetes para Dublin está a deixar-me com os nervos em franja. Eu quero muito ir, mas o amor da minha vida parece que não quer que eu vá. Já não chegavam as viagens caríssimas e ainda metem os bilhetes a um preço estapafúrdio? O pior é que os bilhetes mais baratos vão para os que têm dinheiro para ir nas viagens mais caras! Não deveria ser ao contrario? Quero apenas cumprir o meu sonho de levar a pulseira de ouro do meu avô com a inscrição a dizer "Braga" para Dublin, certamente se ainda estivesse cá ficaria orgulhoso em abrir o jornal que ele comprava todos os dias e ver onde o seu clube chegou - quase que o via chegar - e ficaria ainda mais feliz se eu lhe trouxesse fotos de mim na Irlanda. Vão os senhores dos camarotes e tribunas vip's que pouco fazem pelo clube em vez de ir um adepto com o amor mais verdadeiro que pode existir, que paga as cotas, lugar anual, que tem orgulho em comprar merchandising para si e para oferecer, que torna outras pessoas sócias, que vê todos os jogos e casa e vai sempre que pode ver fora, que todos os dias vê e discute as notícias do seu clube, que partilha os seus sentimentos e emoções com outros braguistas, aquele adepto que troca uma qualquer festa ou saída por um jogo do Mágico, aquele adepto que desde o jogo de Liverpool se lembrou de começar a poupar dinheiro para ir a Dublin - esse adepto sou eu e quero cumprir o meu sonho! Quero voar até ele!

Quero voar até aos meus sonhos, mas parece que há sempre algo ou alguém que gosta de cortar as asas já quando vamos em alto voo, parece que não se preocupam ou não têm consciência  que nesse momento a queda é maior e os danos de tal pique quase irreparáveis. Estou cheio que me cortem as asas e cheio de andar em reparações.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Força

Para tudo é preciso ter força, mesmo que não a consigamos ter devemos fazer de conta que ela está dentro de nós, por nós quer pelos outros que também são humanos e sabemos que também sofrem. Eu tento fingir o melhor possível...

Só agora é que consegui ter tempo e conjuga-lo com a paciência para vir aqui escrever.

Estou com uma dor de ombros e costas desgraçada. Fui convidado para ontem carregar um andor na procissão cá da festa na minha terra, para mim é como uma espécie de reconhecimento do estado adulto, sinónimo de força e virilidade para carregar algo pesado. Como diria uma grande amigo meu: "coisa d'homem!" Apesar de já estar curado da ressaca não imaginava que custasse tanto e que iria ficar com esta dor nas clavículas.

Durante a tarde reencontrei velhos amigos e conhecidos com quem já não privava ou via há bastante tempo, amigos que por motivos da vida e por ter dado prioridade a outras causas me fui afastando, agora sei que já é tarde de mais e nunca mais irá voltar a ser o que era, mas é sempre bom ouvir aquelas palavras "prazer em ver-te" ou "se precisares de alguma coisa" faz sentir que não fui esquecidos totalmente, embora talvez o merecesse.

À noite como já tinha dado a entender fui ao enterro com um primo de arquitectura, apresentou-me os amigos dele, malta porreira, queriam embebedar-me mas eu embora me apetecesse para voltar a esquecer as amarguras da vida desta vez contive-me, até porque estava de carro e não podia facilitar. Uma coisa curiosa é que enquanto esperava pela entrada em palco do MarceloD2 peguei no telemóvel e fui ao fórum do superbraga, o vício por aquele emblema é tão grande que me leva em pleno festival ir ao fórum ver se já havia novidades sobre as viagens para Dublin - coisa que me anda a tirar do sério!

domingo, 8 de maio de 2011

Colorir

Ontem finalmente ganhei forças e coragem para contar uma coisa aos meus pais que já devia ter contado há muito, provavelmente já desconfiavam de algo devido a uma série de comportamentos diferentes. Tive pena da minha mãe, ela ficou de rastos, afinal de contas eu tinha-lhe acabado de dizer que tinha perdido uma filha. Foi penoso, ela não acredita, eu compreendo porque eu ainda hoje também não.

Neste fim de semana estão-se a celebrar as festas da minha terra, apesar de não me considerar daqui pois como eu costumo dizer só cá paro para dormir, comer e pouco mais.

Como bom anfitrião que sou convidei os amigos para cá virem. Começamos por comer e beber, trocando conversas e olhares para a tv na sala de minha casa. O tempo não estava muito convidativo para se sair, mas lá fomos para o verdadeiro motivo que os levou a vir à minha terrinha. Tinha 9 fichas na mão para os carrinhos de choque, tinham-me sobrado do ano passado e sobraram bem - 3 para cada par.

Na zona das tascas estava um bom palco onde actuava uma boa banda. Pouquinha gente, amedrontados pela chuva que teimava em cair frequentemente mas não é só isso, estas festas já não são o que eram e a tendência é que acabem, é pena. Hora do fogo de artifício que costuma ser longo e bonito, este ano assim se manteve. Fomos para a bancada do campo de futebol onde se conseguia ter uma vista privilegiada para a sessão, na parte inicial não chovia.

Os foguetes eram lançados ao ritmo das músicas que tocavam, uma sincronização quase perfeita que embelezava ainda mais o espectáculo. Entretanto a chuva regressa, todos abrem o guarda chuva menos eu, preferia sentir as gotas puras de água a bater no meu rosto enquanto via o céu iluminado e colorido, deviam faltar queimar metade dos cartuchos quando começa a tocar esta música aí as gotas de água começam a misturar-se com as lágrimas de começavam a escorrer no meu rosto, não parava de pensar revoltado porque é que a vida não é assim tão colorida e simplesmente bela como o que os meus olhos estavam a presenciar. Uma amiga apercebendo-se veio me dar um forte abraço, soube-me tão bem que o choro se intensifica mas acaba logo, era mesmo disso que eu estava a precisar e toca a ver a parte final do fogo já com uma música mais animada.

Depois foi ir andar outra vez para os carrinhos, comer bifanas e beber para esquecer - e esqueci mesmo - uma pessoa faz tudo para esquecer o preto e branco da vida mas o problema foi de manhã, aquela típica dor de cabeça resultante dos líquidos ingeridos da noite anterior e os rádios cá da festa às 10h já tocavam música de igreja irritante, a minha cabeça só ouvia zuuuuuuuu, parecia que ia explodir.

Logo à noite é para esquecer outra vez mas noutro local e noutra festa, Expensive Soul, Marcelo D2, e 2ManyDj's está a animação garantida, até já imagino, brutal:

sábado, 7 de maio de 2011

Serenata

Ontem foi mais um dia em que as ruas se encheram, ultimamente têm sido muitas as noites de enchente por diversos motivos. Como eu gosto de ver as ruas da minha cidade que tanto amo e critico assim, preenchidas com o calor humano.

Ontem foi o dia da Serenata, o início das festas académicas da nossa universidade de 37 anos, talvez o maior ponto de ligação de duas cidades historicamente rivais.
Nesse dia acordei de sorriso nos lábios, e parece que como eu muitos mais andaram assim o dia todo, parecia que tínhamos levado uma injecção de botox, ou então foi uma qualquer reacção alérgica ao perfume dos trevos irlandeses que vão perdurar no mínimo até ao dia 18 de Maio.

Andei o dia todo desesperado a ver voos e preços para a Irlanda. As viagens estão a preço de ouro já, vou esperar a ver se aparecem alternativas e andar atento ao fórum do superbraga. Se não aparecer nada, la vou eu cometer uma €loucura€ pelo Braga, mas este jogo não posso perder. É uma vez na vida!

Horas de jantar e é tempo de sair para o aniversário de uma amiga. Esqueci-me da prenda do grupo cá em casa, mas sem stress, também era perto. Mal chego a casa dela reencontro uma amiga que já não via há bastante tempo, demos aquele abraço e fizemos aquela pergunta típica "O que fazes da vida?". Animação total. Mais tarde começámos a cantar aquele mais que espremido "karaoke de Fafe" que me trouxe bastantes recordações de tempos outrora felizes (raio, porque é que quase tudo me faz recordar isso?).

Daí fomos para a Serenata. Sempre que digo ou escrevo "serenata" lembro-me que estive para fazer uma antes de receber uma fotografia no telemóvel que me rebentou com as tripas. Deu para nos divertirmos bastante, passear, encontrar malta conhecida, conversar, beber uns copos e até para descobrir que um tricórnio dos trajes universitários me fica melhor que o uni. Resumindo, uma noite animada com os amigos. Obrigado por me animarem!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Lágrimas

Eu disse que iam cair, podiam ser de tristeza ou de felicidade, felizmente foi pelo segundo motivo.

Ontem foi um dia longo com um misto de emoções, onde muitas coisas aconteceram e momentos únicos foram vividos, passo a relata-lo:

Não tinha aulas mas acordei cedo na mesma, impulsionado por uma cidade que cheirava a Europa por todos os cantos. A primeira coisa que me veio à cabeça foi: "é hoje", olhei para a camisola que tinha posto no cadeirão na noite anterior e vesti-a logo. A partir daí foi estar na net a ver como sempre as notícias da actualidade local, nacional e internacional, mas principalmente as notícias desportivas e a comunhão com outros adeptos Braguistas no SuperBraga e Bracarenses no BracaraeAvgvste para ir apaziguando os nervos. Enquanto isso, tinha a tv ligada para ver o que diziam de/o Braga.

Os ponteiros marcavam 17h, era tempo de pegar no novo cachecol e no casaco do enorme para partir para o Bom Jesus com dois amigos e valentes Gverreiros. Cerca de uma centena de pessoas, num ambiente bastante intimista e próximo dos jogadores e equipa técnica, acredito que este carinho também tenha sido importante para eles. Depois fomos todos em caravana a apitar atrás da camioneta, cachecois e bandeiras de fora. Gozo enorme foi passar em em frente ao Meliã, os lampiões vieram para a beira da estrada de peito feito para nos verem passar, mal eles sabiam o que os esperava! Mais à frente junto ao complexo desportivo da rodovia, estava uma das claques na estrada. Depois, junto à rotunda das piscinas abandonamos a caravana e fomos ainda a outro lado antes do AXA.

Já no estádio das paixões, viveu-se algo único, mas que desde pequenino sonhava.
Coreografias lindíssimas antes do jogo, casa praticamente cheia e quase tudo para apoiar o Mágico, até um senhor portista da Póvoa de Lanhoso lá estava apesar do seu clube jogar à mesma hora, dizia ele que se tem de apoiar o clube da região. Ambiente fantástico nas bancadas, não consigo descrever melhor porque também não dá, só quem lá esteve e sentiu é que sabe.

GOLO do Custódio e o estádio vem abaixo. Após ter saltado e berrado como um louco e ter abraçado uma desconhecida atrás de mim, eis que acontece algo que nunca me irá sair da memória: Um abraço em grupo, aquele grupo de amigos inseparável que vai sempre junto ver a bola e em que há sempre duas coisas em comum, a verdadeira amizade e o amor pelo Braga, todos unidos a gritar e a dizer "está quase", parecia que nenhum de nós estava a acreditar naquilo e foi reconfortante sentir aquela união em torno de uma causa, no entanto senti a ausência de uma pessoa que certamente se juntaria a nós naquele abraço em grupo, pois fazia parte dele.

Intervalo, sentei-me, fechei os olhos por algum tempo e encostei aquela coisa que ainda tenho no meu dedo ao meu rosto, não sei porquê, nem o que me levou a fazê-lo, mas fiz. Equipa regressa, cachecois esticados e é tempo do já momento mítico cantando o "Quando tu entras em campo".

Sofre sofre, aguenta coração. Apita o árbitro para o fim do jogo e é a loucura. Percebemos (ou não.xb) que estávamos em Dublin! Já na parte final dos festejos, a amiga mais morena que lá estava abraça-se a mim e eu a ela de maneira tão forte que parecíamos irmãos e só lhe dizia junto ao ouvido "estamos e Dublin". Enfim, momentos de loucura, e não era para menos!

O que se viveu naquele estádio no fim do jogo é quase algo impossível de explicar por palavras, só mesmo em vídeos, e mesmo esses não dão a completa noção do que se passou. Tudo para a cidade. Era dia de São João antecipado em que se trocou o som dos martelos pelo das businas dos automóveis e não só. Cidade completamente apinhada de gente, será que se ouvia a 20km de distância? Já deviam estar a dormir.

Fomos ao Mac, e lá aconteceu algo que também nunca irei esquecer: Enquanto atendi um telefonema fiquei sozinho para trás na fila, durante a longa espera para ser atendido meti a mão esquerda ao bolso do mesmo lado e estava lá o bilhete, peguei nele e beijei-o, uma rapariga loira de olhos azuis acinzentados que estava ao meu lado presenciando tal cena esboçou-me um sorriso por causa do que fiz, eu envergonhado retribui-lhe da mesma maneira, estive para lhe dizer algo mas não disse, porque "Quem não sente, não entende" e como eu sabia que ela sentia, então também entendia o porquê do meu gesto, não era preciso dizer nada.

Chego a casa estourado da longa noite. Apesar de já ser tarde não consegui ir dormir sem antes ver o que diziam de nós pelas Internetes, o que via alimentava-me ainda mais o ego e a felicidade, o ORGULHO não porque esse é sempre o mesmo, ENORME. Fui-me deitar sem antes fazer o mesmo que tinha feito na noite anterior - beijar o emblema da minha camisola.

Normalmente não rezo para pedir, mas sim para agradecer. Como tal sentei-me na cama e rezei para agradecer este fantástico dia.

Por fim, deitei-me e pensei: Estamos em Dublin, mas faltava-me algo...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Europa

Porque somos Gverreiros do Minho



E nunca desistimos...



Vamos conquistar a Europa



YES, WE CAN!


Já não penso em mais nada. 
Entrei em estado de "Braga".
RUMO A DUBLIN!

Aconteça o que acontecer, o orgulho é sempre o mesmo.
Hoje vão cair muitas lágrimas naquele estádio.

Ansiedade

Já dizia o célebre bracarense nascido na freguesia de Fiscal em Amares, António Variações: "Não consigo dominar, este estado de ansiedade, a pressa de chegar, p'ra não chegar tarde"

E não consigo mesmo. Fui-me deitar mas mal caí na cama percebi que não valia a pena estar ali. Levantei-me e peguei no meu novo cachecol, comprado hoje, o do "mágico Braga" que contem a letra que já se tornou um hino no inferno da pedreira, já estava no escritório junto de muitos outros que eu tenho lá a enfeitar mas não resisti e meti-o no meu quarto em cima da cama, hoje talvez durma amarrado a ele.

Depois passei pela minha camisola do ENORME pousada na cadeira pronta para ser vestida amanha, dei por mim a olhar para ela como uma uma criança no mundo das fadas - o que estamos a viver é mesmo de um conto de fadas! - peguei nela levemente e vestia-a por uns instantes, eu sabia que ainda não era a hora mas o meu subconsciente levou-me a fazê-lo, foi reconfortante porque ela parecia que me abraçava e eu mais que nunca ando a precisar de abraços, pouco depois tirei-a e antes de a pousar beijei o símbolo mais bonito do mundo, aí senti o meu coração a bater mais forte. Um amor demonstra-se nestes gestos mais carinhosos que fazemos inconscientemente sem ninguém nos ver, porque ele é tão verdadeiro que não precisamos de o mostrar a ninguém. Cada vez AMO'TE mais meu Braguinha <3