quinta-feira, 28 de julho de 2011

Há um ano

Relaxem, nestes dias recebi muitas mensagens, emails e até ameaças por não haver posts (estou a brincar.xb) - O Bandido não foi apanhado, simplesmente foi de "férias" e não conseguiu vir aqui escrever durante uma semana.
Um semana muito intensa, muitos acontecimentos, momentos vividos, emoções sentidas que serão reflectidas, sorridos partilhados e por vezes roubados, pestanas fechadas a querer dormir, olhos arreguilados para melhor discutir, toques com história ao som de memória, atitudes, o certo, o errado, o bom, o mau, o apetecível e indesejável, para mais tarde recordar, para não voltar a repetir. Muita coisa em apenas uma, uma semana de muitas coisas.

Fez hoje exactamente um ano. Quem sente verdadeiramente sabe que dia foi hoje há uma ano, sabe o que viveu e o quanto se emocionou. Impossível eu esquecer! Era um dia tórrido, daqueles em que só nos apetece meter dentro de um frigorífico, o céu avermelhado e nublado de fumo devido aos muitos incêndios que se deflagravam nesse dia (tal como hoje!), a cidade cheirava a estrelinhas (sim, aquelas estrelinhas) pela primeira vez, a dúvida permanecia pela manhã se neste jogo já iria haver hino e se a decoração ia ser de estrelinhas (sim essas mesmo!). Ai aquela ansiedade...

Previa-se uma invasão de escoceses. Tinha combinado com uma pessoa na altura importante para mim, para de tarde irmos para a cidade conviver com esses senhores e aproveitar o ambiente fantástico. Topava-se ao longe quem eram eles, estavam espalhados por todo o lado, entoavam cânticos, bebiam, vestidos com t-shirt's às riscas verdes e brancas horizontais a fazer lembrar uns meninos lá da mouraria, pele cor de lixívia, barrigudos, com  bochechas vermelhas e não era devido ao calor nem ao reflexo das outras t'shirts que eles pensam fáceis de domar.

Sentámo-nos na esplanada do Astória para beber um delicioso granizado (ao tempo que não bebo um!), e pouco tempo depois aparece a TVI a fazer entrevistas aos adeptos do Celtic: enquanto uns falavam os outros cantavam no plano da câmara, e eu abraçado a eles a cantar também. O repórter depois também queria entrevistar um adepto do Braga, e quem é que ele foi escolher? A mim! Lembro-me de lhe falar acima de tudo, acerca do orgulho que era para a cidade e clube estar a disputar um jogo daquela mais importante competição de clubes pela primeira vez. Para terminar perguntou-me qual era o prognóstico para mais logo, eu, com um optimismo moderado pois iríamos defrontar um grande equipa habituada a estas andanças, disse-lhe que iríamos ganhar por 1-0 e que marcava o Alan, e não é que aos 25 minutos de jogo esse mesmo jogador pôs mesmo o Braga a ganhar 1-0 através de um golo de grande penalidade? Mas ainda bem que depois o meu prognostico correcto não se manteve pois entraram ao longo do jogo mais duas bolas na baliza dos forasteiros.

Do centro da cidade para o estádio, apanhei o autocarro que ia para Vila Verde e saí na paragem da rotunda da confeiteira, lá fui caminhando, agora sozinho, debaixo de um calor abrasador, muito movimento, carros, bandeiras, as pessoas rumo ao sonho que quase um mês mais tarde se viria a tornar realidade. Encontro-me com os amigos do costume. Entro no estádio, cadeiras com aplaudidores e rolos de papal higiénico, não era para as limpar, mas sim para fazermos pela primeira vez naquele estádio a bonita coreografia de atirar os rolos e estes desenrolarem-se pelo ar, ficou um efeito fantástico, mágico sem dúvida.
Começa o jogo, berrava-se fortemente BRAGA, com uma intensidade pouco comum de assistir, tenho noção que fizemos mesmo muito barulho, transpirava de nervos, emoção e garra querendo empurrar a equipa para o objectivo, a camisola do Braga vestida colava-se ao meu corpo e o meu coração colava-se à esperança de um sonho comum.
O resto já todos sabem, era o início, apenas o início...

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