A construção desenfreada de prédios e loteamentos para habitação, sem o objectivo de oferecer verdadeira qualidade de vida à população mas com o resultado final de betão armado em cima de betão, novas zonas da cidade completamente feias, sem qualidade, monótonas e sem um plano de interligação das novas urbanizações entre si e o resto do burgo levaram a que o preço habitacional da cidade fosse inferior à média do resto do país. Este motivo económico associado à Universidade do Minho que apareceu activa há 35 anos levou a que os estudantes que para cá vieram morar devido aos estudos se fixassem pois encontravam aqui maior facilidade em comprar casa, arranjar emprego e até iniciar o seu próprio negócio.
Admito que esta política deu frutos, a cidade cresceu a olhos vistos, gerou-se riqueza e dinamismo empresarial interessante para a época. Agora os momentos são outros. Os problemas que afligem a nossa geração e as que se seguirão são bem conhecidos de todos os quadrantes da sociedade. A preocupante situação económica que todo o mundo atravessa, lança a dúvida sobre o futuro de milhões de pessoas, sendo a juventude um dos grupos mais afectados pela instabilidade que se vai apoderando do dia-a-dia. A nível local o panorama não é melhor. Como é sabido, em tempos de crise, sobretudo quando o planeamento é deficitário e quando a vontade é diminuta, as políticas de juventude são das primeiras a sofrer. Em Braga é isso mesmo que se verifica. Aos problemas gravíssimos que a juventude enfrenta, de que é bem exemplo a alarmante taxa de desemprego jovem, consistentemente acima dos 18%, junta-se a inexistência de uma ideia de futuro, não se vislumbra um lampejo de novidade. Ou bem que se repetem modelos e iniciativas desadequadas e anacrónicas, ou então nada feito.
Neste momento fórmulas antigas já não resultam, é preciso mais, os jovens merecem mais do que um título de Capital só para encher páginas de jornais com eventos propagandistas. Não compreendo como é possível ignorar o incentivo a programas locais de incentivo ao emprego e à criação de empresas através, por exemplo, do recurso à discriminação fiscal positiva dos jovens empreendedores. O que pode justificar que a reanimação do centro histórico e a aposta decidida no arrendamento jovem sejam injustificadamente adiadas? Para quando um Parque Tecnológico onde os empreendedores saídos da UM possam instalar as suas empresas a baixo custo e gerar emprego em vez de irem para o Ave Parque, que sendo no concelho de Guimarães as contribuições públicas (impostos, iva...) não contam como sendo de Braga e assim não contribuem para o orçamento anual da autarquia.
É preciso olhar para o futuro, são precisas medidas concretas e não apenas o apelido de capital da juventude, os jovens não vão viver disso. Esta cidade está repleta de jovens com inteligência, cultura, activos, dinâmicos e com vontade de viver esta cidade, como demonstramos nas comemorações do dia internacional da juventude há uma semana atrás:
Porque deixas-te de escrever sobre ti??
ResponderEliminarCaro anónimo, tudo o que tinha a dizer relativamente a este assunto está aqui:
ResponderEliminarhttp://diariodeumbandido.blogspot.com/2011/08/mudanca.html