quarta-feira, 29 de junho de 2011

Canto

Ontem estive tão ocupado na segunda metade do dia que nem tempo tive de vir aqui escrever.
A meio da tarde fui até Vila Verde beber um copo com um amigo e pôr a conversa em dia, foi uma conversa bastante agradável onde recebi as sempre confortáveis palavras de apoio e pudemos falar de tudo, do passado, presente e futuro sem rodeios. Como deve de ser.

Depois segui para uma reunião em Braga com um grupo de pessoas que pretende mexer com esta cidade, estivemos a tratar dos novos projectos em mente e posso adiantar que as coisas estão bem encaminhadas. Sinto-me orgulhoso por fazer parte de um grupo de pessoas não-comodistas e que não olham só para o seu umbigo. Nesta aldeia global o trabalho não deve ser feito só em prol de um mas de todos, só com um espírito interventivo e de cooperação se consegue fazer coisas boas onde muita gente sai beneficiada, pena é que grande parte dos beneficiados não fazem uma palha para as coisas acontecerem, esperam sempre que alguém faça por eles e não procuram sequer cooperar, estamos numa sociedade muito egoísta, as coisas não caem do céu enquanto apanhámos sol numa piscina, e depois queixam-se!

No fim de jantar fui tomar um café com uma pessoa maravilhosa que conheci nos últimos tempos. Fui busca-la a casa e parámos na bela e relaxante esplanada no jardim da da Casa dos Coimbras, as horas passaram num instante escondidas por entre as conversas animadíssimas que tive com uma pessoa possuidora de uma história de vida fantástica e uma alegria contagiante demonstrada por cada bela expressão do seu sorriso espontâneo que esbarrava no meu olhar. Cada palavra que soltava com a sua voz delicada eu ouvia deliciosamente como se fosse música para os meus ouvidos, recordando a primeira vez que a ouvi cantar, há dois meses atrás. Não satisfeito implorei que cantasse para mim, a tarefa revelou-se mais difícil do que eu esperava, porém, consegui fazer com que me prometesse que o faria no carro pois aí já ninguém iria conseguir ouvir aquela fantástica voz. A noite chega ao fim e as gargalhadas soltadas ao longo da noite penso que são um perfeito reflexo de que tínhamos passado um bom bocado.

Chegámos ao carro e deixei logo bem claro que não arrancaria sem antes ela cumprir o que prometera, ficámos por lá largos minutos enquanto ela tentava disfarçar a vergonha com a sua pronúncia sem nome, a maneira como olhava, sorria e tapava a cara com as suas mão suaves deixava-me antever que afinal ainda ia ser mais difícil do que esperava, já que ela só tinha cantado a pedido individual para duas pessoas, eu seria a terceira. Eis que olho para o jardim do Largo Carlos Amarante e vejo um lindo conjunto de rosas brancas, símbolo da paz e da pureza, não resisti a sair do carro e a escolher a mais bonita para lhe oferecer. Se até aí estava envergonhada, então nesse momento em que as ofereci só não se escondeu porque o meu carro não tinha nenhum buraco. Disse-lhe que agora que lhe ofereci uma rosa não podia recusar-se a fazer o que eu tanto lhe pedira, virei o meu rosto em frente, fechei os olhos e passados alguns segundos finalmente oiço aquele belo canto vindo de uma pessoa igualmente bela, ainda por cima uma das minhas músicas favoritas, portanto não resisti a meter-me a meio da música e cantar com ela a parte final, parecia um momento digno de um filme musical.

Depois de a deixar entregue em casa, começa a tocar a música Good Life dos One Republic no rádio do meu carro e só me interessava esta parte do refrão que eu cantei bem alto:
                                             Oh, this has gotta be the good life
This has gotta be the good life


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